domingo, 28 de dezembro de 2008

Feliz ano novo!!

De carona com o belo poema da nossa querida poeta Angela Chagas, o Café das letras vem desejar a todos os nossos leitores, escritores e colaboradores um ano pleno de alegrias, realizações, paz e muita luz!!
E que nunca nos falte inspiração para transbordar vida, seja em prosa ou poesia!!

Paz e Luz!!

Moniquinha San

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Os sócios da comunidade Café das letras, desejam a todos os nossos leitores um natal repleto de bons sentimentos, e que o novo ano assim como esta árvore, floresça pleno de luz e muita energia.
A árvore foi montada num clima de alegria e confraternização entre nossos sócios, como uma forma de demonstrar os resultados positivos desta união em torno de uma paixão comum: a arte de expressar-se através das palavras.

Abraços e saudações poéticas a todos!

Moniquinha San

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Fragmentos



















Foto: Ni Ribeiro

Segue a vida
Sem medir a medida
Da metade ferida.

“Nem metade eu sou,
talvez um décimo seja eu.
O todo, não o resto,
é constituído por você.
Este sim, sou eu.
Inexisto sem você.”


Sou apenas um fragmento
Da partícula do todo que restou,
Se um décimo é você,
Este sim é o meu todo
Que me preenche de amor.

Aglaure Corrêa Martins & Rogerio Roldão

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lavadeiras




Cantam alegres as lavadeiras..
na beira do belo riacho...
lavam as roupas de seus varões
fervem meias em tachões
encantam aquele espaço...

São fadas de mãos judiadas
inumeras cinderelas frustradas
que não se deixam abater...
lenços escondem suas cabeleiras
com latas descem as ribanceiras
pra seu sustento defender...

Batem nas pedras as roupas brancas
ensaboam vestes nas barrancas
mancham as peles com o sol a arder...
lançam lençóis no arame farpado
e com braços muito cansados
outros têm que recolher!

São nossas Marias e Madalenas
quisera pudessem pequenas
a sujeira do mundo lavar!
E lá se vão, tristes as lavadeiras
comovendo as brasileiras
no riacho, sempre a cantar!

Geisa Adriana


Quem quiser saber mais sobre as lavadeiras de Almenara, clique aqui.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Quatro sinapses






















Foto:
motorpsykhos'photostream


Primeira...

Que pena, amor
Minha paixão foi tão eletrizante
Teu cartão foi tão magnético
Que black out social!

Segunda...

Nossos versos doentes
Meu hot dog estragado
O seu baton contaminado
A espera foi tanta
Que meu toicinho virou bacon

Terceira...

Bebo no teu corpo
O veneno das civilizações
Consolar-te não posso
Tuas lágrimas me levarão ao inferno.

Quarta...

Hoje eu sai da realidade
Tive uma fantasia com você
Abortei antigos sonhos
Uma parte de mim morreu

(Manoel Hélio)


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

















Foto: Denise Mayumi


Presentes


São, quando estão presos, entes,
abraçados no instante, verbal-mente,
gerundismos genuínos sendo sempre
e assim sendo, mais que pois,

"flu(e'nt(e)mente"

Também, é o sorrir recente,
voz imposta na testa, beijando,
que re- ssssssssssssssssss -sente no que é prenda,
atavio que é urgente,

r
e
p
r
e
s
e
n
t
e
,

e

s
e

(h)a
p
r
e
s
e
n
t
e
!


Presentes não são diferentes
das gotas sorvidas do instante
em que o ente, de nós, se
a
l
i*
*mente.

Presentes são porções agentes
que, ainda que, nem bem nascentes

d
e
s*
*águam




assim, sem m(ais), na gente!


Fa Gonçalves

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Horizonte avante

Foto: foolonhill77's

Eu nunca estive sóbrio o suficiente

para enxergar as cores do tal horizonte

que horizonte é este que nunca vejo
que não se apresenta
que nada diz
e que sempre se diz presente?

Horizonte safado, só aparece depois de alguns tragos
te vejo turvo e suas cores a me ofuscar

Horizonte sacana, se entorta querendo me derrubar...
mas, quando são eu estiver e te encontrar
Te jogarei pra fora desta linha
que limita minha observação!

Rael Maes

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Desfolhamento


















Foto: Rodrigo Moraes


As horas que se passam sem Teus olhos
vidrados em meus passos me desfolho.

Todo sentido é vão – tudo é um perfeito
nada que destrói tanto quanto o peito

orgulhoso do estúpido ou a mente
de um tolo que em si guarda o indiferente.

Ah, quanto tempo passará até
que enfim Tua face seja como a fé

que embaraça o caminho do gênio,
ou como a pá que varre a dor do ingênuo...

James de Lima

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Oração do poeta

Foto: Dave Hamster

Senhor da prosa e do verso,

que este poeta disperso,
possa percorrer o mundo
do céu aos vales profundos,
levando pra toda gente
seu canto vivo e ardente
impregnado de carinho
feito arremate de ninho.
Que sua palavra vibrante
vá além de um só instante
do impacto emocional,
pois ela existe, afinal,
pra bordar o dom da vida,
amenizar as feridas,
com sua mensagem de fogo
lembrar que as regras do jogo
são simples questão de escolha;
é o vento esperando a folha.
Senhor do rima (im)perfeita,
eu sei bem: não há receita
mas acolhe em mansidão
esta súplice oração
que eu possa inverter as cores
encher a alma de amores
lavrar o solo infecundo
levar esperança ao mundo
vasculhar o chão dormente
só pra adubar a semente
e espalhar na ventania
todo o encanto da poesia.

Basilina Pereira

sábado, 4 de outubro de 2008

Cerrado


Eis que o amor não chega
Tal qual água
Em plena seca

Solo ácido
Aves voando tão baixo
Feito os sonhos
Dos homens

Os pés
Não percorrem a
Imensa vereda

Desistiram de caminhar

Nos lábios
É o sabor agreste
Que me acompanha


O cerrado
Do meu coração
Em galhos
Retorce a vida
Contra a minha
Natureza


As lágrimas
Que jorram dos olhos
É pouca...

Endureceu-me
A terra
Acostumei
viver
Distante

Rusticamente
Guardada
Em minhas cascas espessas

ɱαгЇS




quarta-feira, 24 de setembro de 2008

INCLUSÃO LITERÁRIA - uma idéia que realiza sonhos!

Hoje, o blog do Café abre espaço pra falar de sonhos.
Entre tantas tristezas que permeiam nossas vidas, tantos desencantos com que nos deparamos num mundo tão moderno e tão desigual, algumas atitudes nos mostram que sonhar ainda é possível, e realmente não custa nada. E que, realizar sonhos também é possível.



Há um ano atrás, chegava à minha página de recados no orkut, um convite inesperado e surpreendente. Um jovem chamado Bruno Resende Ramos, escritor e professor, convidava-me a participar de uma Coletânea entre vários escritores da internet. Dizia ter chegado até mim

através do meu blog, onde postava meus desabafos, minhas inquietações, minhas viagens pessoais e totalmente despretenciosas de compromisso literário. Apenas um espaço pra exorcisar meus fantasmas e compartilhar um pouco de mim com amigos.
Surpresa, e cheia de cuidados não atendi ao convite de pronto. Não julgava-me merecedora de tal. Ao que o Bruno respondeu-me convidando a conhecer a comunidade e o projeto.

Felizmente, meu coração e meu desejo de mudar algo em minha vida falaram mais alto. Há um ano estamos acalentando este sonho.
Hoje, o sonho tornou-se realidade.
Nasceu, entre tantas idas e vindas, o livro POEMAS E OUTROS ENCANTOS, uma coletânea de crônicas, contos e poemas, emocionante, divertida e feita com muito carinho. Fruto de um ano de dedicação, empenho, e muita fé na arte de expressar-se, encantar, e comunicar através de palavras e sentimentos.

Ao Bruno, meu querido amigo, meu carinho, minha admiração e gratidão, pela fé no meu trabalho, e pela oportunidade de realizá-lo junto a este grupo.
E principalmente, por ser um incentivador tão pertinaz desta arte maravilhosa que é escrever. Que venham mais e mais coletâneas, projetos, e novos escritores contagiados por sua fé típica do "bom mineiro".

Aos amigos queridos, que fizeram parte deste sonho, sucesso pra nós!! Que todos possamos continuar espalhando nossa arte aos quatro ventos, e contagiando mais e mais pessoas carentes de sonhos e de sentimentos.

Aos meus amigos do Café das letras, obrigada pelo carinho em compartilhar comigo das minhas alegrias, inquietações, e sonhos.


Interessados em adquirir o livro, podem entrar em contato comigo, preenchendo o formulário de contato do blog.

Abaixo, apresento um pouco do projeto NOVA COLETÂNEA, que continuará reunindo novos escritores em torno de projetos e sonhos.



Projeto de inclusão literária tem sua culminância na Estação Cultural "Hervê Cordovil" em Viçosa - Minas Gerais.

Iniciado no ano de 2005 com o objetivo de incentivar a leitura e fomentar a produção escrita, o professor e escritor Bruno Resende Ramos iniciou o projeto Nova Coletânea que tem levado textos de novos autores a leitores de todo o Brasil. No ano de 2007, recebeu o apoio de 25 novos escritores (antes à margem do mercado editorial) para a edição de uma antologia denominada "Poemas e outros encantos". Os autores ajudaram na elaboração da antologia desde a escolha da capa, dos gêneros que a constituiriam assim como da formação de comunidades virtuais para o encontro de seus membros e divulgação da obra.
Depois de um ano, com o apoio de outro organizador, o editor Edir Barbosa e do diagramador Miro Saraiva, o livro ganhou forma e qualidade editorial. No evento de lançamento, em local cedido pela Prefeitura Municipal de Viçosa, o projeto contou com a participação de ilustres convidados da área cultural da cidade. Homenageado, o poeta e dramaturgo, Júlio de Castro Paixão teve seus poemas recitados pelas amigas do projeto Badia Abrão El Hadj, professora de Língua Portuguesa pela PUC do Rio e membro da Academia de Letras de Viçosa, bem como da mestre e também doutora em Machado de Assis pela PUC–Rio, Therezinha Mucci.

Veja mais sobre o projeto aqui

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Polaridade
























Foto: Índio


Somos mais do que um,
Somos meio.
Meio bons, meio maus,
Meio alegres, meio tristes.
E nessa divisão
Tentamos nos compor.
E nessa absurda matemática
Que o Universo nos fala
E que o Homem não entende
Vamos nos multiplicando,
Divididos,
Buscando ser inteiros.

Por isso tenho em mim
Um pouco da alma
De cada ser humano.
Por isso minha vida oscila
Entre o que sou
E o que também sou
Mas não estou.

Por isso tenho cara de russa
Mas a alma tropical.
E amo do mesmo modo
Os campos da Provença
E as montanhas de Aiuruoca.
Por isso olho o lindo mar de meu país
Mas penso que estou de costas para o mar de Neruda
Tão belo quanto este
(e que eu também queria ver neste momento).

E sou um dos Doze Cavaleiros,
E morri na fogueira da Inquisição,
E algumas pedras da Grande Muralha
Estão lá por minhas mãos.
Já pisei na Lua, sofri por amor, escrevi poesia.
Já tomei veneno, lutei em revoluções, chorei de alegria.
Fui açoitado e vi meu filho morrer de fome.
Já odiei um ditador
E já fui um ditador.
E são esses fragmentos acumulados,
Esses seres uns aos outros costurados
Que me compõem.

Helenice Priedols

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Cúmplices



















Foto: Leofoo


Uma companhia.

O Sol nasce sorrateiramente.

Cúmplices, em silêncio,
contemplam o espetáculo da natureza.

Um silêncio,
e o barulho do mar.

Um olhar,
e algo no ar.

São cúmplices.

Caminham sobre suas decepções.
Contam amores, amigos e
emoções.

Uma afinidade perturbadora
em minutos de amizade.

O tempo voa, o sol nasce e o mar é testemunha...

Um momento.

Seu tempo.

Nosso tempo.

Duas almas, uma alma,
nossa alma.

Aquela paz.

Suzan Keila

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Um dedinho de prosa pra agradecer...

É sempre bom quando encontramos portas abertas e amigos prontos a nos acolher e nos apoiar em nossas lutas e ensejos. Agradeço ao amigo Carlos Senna, da revista Amigos Web (RAW), pela atenção e carinho com que sempre nos recebe e pelas portas abertas neste espaço tão rico e valoroso para nossa literatura.

Quem ainda não conhece a RAW, clique AQUI e confira, vale a pena!

Abraços literários!


Moniquinha

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pseudo Status (Aos Que Se Acham)

Graças ao benévolo processo de disseminação da cultura e principalmente o acesso à informação que atinge as camadas sociais A ou B, antes privilégio de poucos de uma elite dominante, favorecida pelo poder aquisitivo, estamos nos livrando da era de um determinado pseudo status e das carteiradas desnecessárias levadas cara à fora.
Foi-se o tempo em que reverenciar-se diante de profissionais simplesmente graduados, que exibem títulos e fazem questão de ser tratados como verdadeiros doutores. É claro que alguns poucos são exímios cumpridores do seu dever e até mesmo cumpridores de um papel social. A culpa é da que sociedade por muitos e muitos anos cultivou essa questão, geração a geração.


A título de exemplo e partindo para a ferida da questão, cito os profissionais médicos e advogados. Quem nunca pensou em formar um desses em sua família, um médico ou um advogado?
O status e o pedestal onde esses profissionais eram lançados era algo tão absurdo a ponto de, digamos que o sujeito praticamente tinha de lavar a boca com cloro para referir-lhes a palavra.
Bem, encerro essas linhas felicitando o nível de acesso à educação e a cultura que o Brasil atingiu, é evidente que ainda temos muito que progredir, estamos na caminhada. E aos dinossauros do passado digo:

Abaixo falsos doutores arrogantes que se acham! Vocês não detêm o conhecimento e poderio mais! Qualifiquem-se e façam jus ao título que tanto almejam ou almejaram.


José Ricardo Batista
Direitos Reservados
15/06/2008

Rio manso

Sabe aquela despedida? Não era um adeus, era apenas um até breve, um até mais. Não haviam motivos pras lágrimas, mas elas rolaram. Insistiram em dar o ar da graça.
Não eram lágrimas de tristeza, pois há muito que tua companhia não me permite momentos tristes. Nem eram lágrimas de decepção, teu amor nunca me decepciona. Nem eram lágrimas de medo, pois teus longos braços não me deixam sentí-lo.
Eram lágrimas de saudades antecipadas, lágrimas de uma breve solidão, lágrimas da ausência tua que não me cabe mais.

Eu sabia que havia a certeza do reencontro, com beijo sabor saudades, daqueles que sempre começam na hora certa e sempre terminam antes, deixando gosto de quero mais. Com direito à olhares lânguidos, carícias exageradas, mordiscadas de vingança pela demora, euforia e alegria extremas afirmando um sentimento além fronteiras.

Tempo e espaço incapazes e insuficientes contra tanto desejo.

Mas chorei.

Não foi um choro melancólico e bucólico, do tipo dramático. Nem foi um choro desesperado e alucinado, do tipo incontrolável.
Foi um choro de rio manso, de rio que não corre mas desfila exuberante rumo à grande e vertiginosa queda de águas claras e volumosas, e deságua forte e torrencial lavando e arrastando tudo quanto encontra pelo caminho.
Um choro que lava a alma, que fortalece, que só faz mais certa ainda a alegria do reencontro.

Chorei e adormeci feliz.
Feliz, porque sabia que passados alguns dias, minhas lágrimas seriam enxugadas por teus lábios sedentos de mim.
Adormeci, como sempre, nos teus longos braços e debaixo do teu olhar atento e apaixonado que jamais me abandona.

Moniquinha

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Paulistano de corpo, caipira de alma...

"De que me adianta viver na cidade, se a felicidade não me acompanhar?"
Pois é, a cidade grande, selva de pedra como muitos dizem, ás vezes desumana, ás vezes solidária que abriga tudo e todos de todos os lugares. Cidade onde eu nasci e onde me criei respirando esses ares poluídos, ouvindo o barulho das sirenes que ferem por vezes os meus tímpanos.

Confesso meus amigos, a felicidade muitas vezes não me acompanha neste mar de edifícios, mas a vida tem que continuar mesmo que aos trancos e barrancos e procuro tocar ela da melhor maneira possível. Vejo ás vezes as madrugadas de céu estrelado, não com bons olhos por causa da violência, mas ouço a passarada quando ela começa a cantar anunciando a alvorada, um canto curto, por vezes triste. Com um certo temor, subo no meu carro e vou para o meu trabalho. Gostaria mesmo era de arrear um burrão e sair pelos campos a galopar, escutando o gado berrando e o sabiá cantando no Jequitibá, mas meu cavalo é de aço e o que ouço e vejo são roncos de motores e até capivaras que sobrevivem não se sabe como nas águas poluídas do Rio Tietê. Sabiá canta sim num pé de Ipê amarelo que tenho no fundo do meu quintal, mas não é o mesmo canto do sabiá que se ouve no interior de São Paulo, infelizmente.

Ás vezes gostaria de ter nascido neste belo interior paulista, em uma fazenda ou até mesmo em uma tapera, que me desse á oportunidade de levar uma vida mais saudável, onde eu pudesse plantar o que fosse comer, onde me sentisse á vontade e totalmente integrado a essa natureza tão exuberante que se vê nos campos dessa São Paulo interiorana, mas sou da “capitár” e não tenho como me mudar de casa e de vida para onde gostaria. Minhas idas ao interior são esporádicas. O contato com essa gente tão bonita de sotaque carregado (que muitas vezes é alvo de expressões e piadas pejorativas) e também essa deliciosa música regional caipira que ouço agora no rádio de meu carro com muito carinho, me fazem crer que nasci no lugar errado.
Minha paixão pela cidade grande de há muito perdeu o encanto e por outro lado, o amor que sinto pelas coisas do interior só tem aumentado. Como uno o Rock com a música caipira? Como amo a guitarra de igual para igual com a viola caipira? É a minha veia urbana onde corre um sangue caipira, herança talvez de outras vidas, quem sabe? Mas esse pinho, que faz chorar essas cordas num dedilhar que encanta até músicos estrangeiros de gabarito é a mesma que ouço neste momento e confesso, se alguém está chorando agora com o rádio ligado, este alguém sou eu...

Da saudade imensa, do campo e do mato, do manso regato que corta as Campinas, paisagens que vi muitas vezes em muitas das viagens que fiz. Hoje a vida atribulada da cidade não tem me permitido mais essas viagens e não posso mais desfrutar por hora das festanças do interior, com danças tópicas e lindas meninas. Sinto-me contrariado com isso, mas não derrotado, pois sou bem guiado pelas mãos Divinas, mas já disse a minha mãezinha tantas vezes da minha tristeza aqui na cidade grande e de não ter nascido no campo como gostaria. Adoraria um dia me ver de partida numa madrugada, pra essa terra tão querida do interior que não me viu nascer. Partir e trafegar por uma estrada de terra, ouvindo o galo cantando e Inhambu piando no escurecer com uma bela lua prateada clareando essa estrada de chão, que traz ás margens uma relva molhada desde o anoitecer. Adoraria ir, ver tudo ali e fixar minha morada, não foi lá que nasci, mas é lá que gostaria de morrer, pois sou um paulistano de corpo e um caipira de alma...


Essa prosa/crônica, usa como fonte de inspiração e trechos da letra da canção "Saudades da minha terra" de Belmonte e Goiás, na minha opinião, a mais linda música caipira de todos os tempos.

Zé Roberto

Ao meu filhote

Amor... incondicional...mães e seus filhos, fêmeas e filhotes, quantos beijos e abraços, quantas vezes dizemos: eu te amo!
Ao meu digo inúmeras, incansáveis!
_Eu te amo!
E ele:
_Tá!
Dormimos abraçados muitas vezes, e vários pedidos de "me dá espaço" (cama de casal mau cabem dois, quem dirá três)... chega pra lá pai.
Abraçadinhos... um selinho antes de dormir. Sono profundo... por vezes acordo com as mãozinhas dele afagando meu colo, ou ombros, digo pra ele:
_Pára filho vai dormir!
_É carinho mãe! Tô fazendo carinho!
Outras acordo no meio da noite, levanto (banheiro e um copo d'água), e encontro ele esparramado em meu lugar, tento mexe-lo ele reclama, então falo:
_Não vai me deixar deitar?
Ele prontamente me oferece um espaço na cama, mas pequeno, pra ficarmos mais pertinho um do outro, passa seu braço por meu pescoço e dorme novamente, como se nunca houvesse se mexido.
Por vezes cantamos:
Da laranja quero um gomo,
do limão quero um pedaço,
do menino mais bonito
quero um beijo e um abraço!
"Smac, upaaa" (beijo e abraço forte).
Assim é meu menino, ora é meu amigo do peito, ora não é mais meu amigo.
São muitos "eu quero vai buscar", mas outros tantos de "desculpa mãe", ou "não chora já vai passar"...
Sensível e puro, ingênuo e esperto.
Meu menino tá crescendo rápido e logo tudo isso vai passar a hostilidade, como muitos adolescentes, como eu mesma passei... tenho medo dessa fase. Tenho medo de perdê-lo.

Tahys Meybom

sábado, 2 de agosto de 2008

Onde estou?

Aqui...

Sofrendo por esperar uma resposta
Questionando se falei algo que não devia
Querendo que tudo mude na rapidez de um raio
Mordendo o cantinho da boca - meu calmante
Precisando dormir, mas com o peito em ebulição...
Tentando lembrar de me esquecer...

E a história é sempre a mesma...
Desejando virar a mesa, mas com medo de pisar nos cacos que sobrarão dela...cansada de ser boazinha e querendo respirar ar puro, desinfetado de você...’nao te quero mais’...palavras caladas em minha garganta mas transbordadas em meu olhar....um olhar cansado de ver a vida, corpo latejando a vontade de vivê-la...ansiando pelos horizontes e meus pés aqui, estagnados! Não posso mais deixar de sentir a brisa bater em meu rosto...não quero mais sentir culpa pela sua culpa... Quero voar, sem direção! Sem asas, até! Me deixar levar pelo fluxo incerto da minha emoção...

....E quando estou só [não raro] olho pra você...
Seu sorriso me encanta, seu cheiro me embriaga...até seus problemas são interessantes...uma conversa marcada de cumplicidade, de saberes implícitos [ entrelinhas poderosas] rumos novos [sem rumo]...ultrapassar aquilo que sei para alcançar o que desejo....ardente...queimando....cheio de motivos para ser...cheio de razões para não acontecer...deixo a razão [antiga companheira], para ficar à mercê de você...serva, submissa, amante...[sou, enfim, amada]

...Se eu sumir, me procure nas estrelas...
Cansei de suportar o peso do mundo!

Letícia

Amsterdam

Ela passeia pelas ruas frias da cidade sob o céu cinzento de mais um dia comum. Enquanto ouve uma música qualquer, sonha com Amsterdam. Pensa como seria a vida lá. Ele se contenta com qualquer lugar mais calmo, com árvores, com rascunhos de canções, com sonhos pequenos ou grandes, mas com sonhos. Com a união que faz de duas vidas um só todo. Sem essa pressa de ter que provar pra alguém seus anseios, seus objetivos, e tudo que está envolvido nisso. Ela imagina as vitrines, os carros passando, a liberdade de escolha, sem máscaras, sem hipocrisia, sem idéias pré-concebidas. E por mais que essa liberdade lhe pareça suja ou estéril, ainda assim lhe agrada bastante. Ele torce por dias melhores. Da varanda fria, desenha sem muito talento, as possibilidades. Os pensamentos sem forma misturam-se com a fumaça que sai do copo quase vazio. A luz azul nas ruas escuras agrada ambos. As canções com acordes limpos e altos também. Ele sente o frio aumentar. Mas o frio dos dias nublados e toda essa atmosfera de tristeza-bem-trabalhada, servem para fortificar seus ideais. Independente de quais sejam eles.

Daniel

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Uma casa sozinha no campo

É uma casa é sozinha, tão engraçada, tão estranha, feita com carinho, sem pintura, coberta com a pátina do tempo que marca sua história.
Fixada em uma clareira, ao lado de uma árvore de muitos galhos que faz companhia para a velha casa.
A casinha de telhado de telhas canal, com ervas daninhas deixando elas escuras. Tem goteiras, mas não importa, se a noite de dentro pode-se ver as estrelas.
Construída com uma portinha ao lado de uma janela. Tem uma chaminé onde sai fumaça de um fogão apagado. Caminho pelas suas paredes manchadas e passeio pelo seu telhado.
Cercada de mato crescido, onde pasta um gado fantasma, que não come e não engorda, são almas penadas.
As nuvens cinzentas no céu parecem dizer que vai chover.
Imagino águas caindo do céu amarelo, escurecido pelas nuvens. Mas, o Sol brilha através delas, teimando em levar seus raios brilhantes, como luzes em tubos a liberar o caminho para a velha casa.
O Sol e a chuva brigam sua eterna batalha, por uma varinha mágica, que marca o tempo chuvoso ou brilhante para iluminar ou encharcar a casinha. Sol e chuva misturados querem casar. Quem sabe o Sol verdadeiro esta longe de amar.
O vento sopra forte e parece que vai levar a pobre casa que oscila, como um barco no mar. Vento que leva, para dentro, o frio de agosto. Um frio que arrepia os ossos de um cão faminto que procura um canto para se aquecer.
Fico curioso para saber quem mora na casinha, tão simples, tão linda, como um castelo, que compõe o cenário dos mais singelos, esquecida a flutuar, em silêncio adormecido, em paz.

Por Joseph
Dalmo.

Crise Verborrágica?


Não bastasse a evolução, ou senão dizer, revolução tecnológica que assola a humanidade, pregando valores vis. Temos ainda que receber pelas ventas, essa busca frenética e desenfreada, pela evolução científica, no que tange, por exemplo, a área da medicina. Clones, projeto genoma, células tronco... Promessas maravilhosas, milagrosas, quase que certas de curas para doenças letais.
Vivemos oprimidos, depressivos, nos tornamos verdadeiros prisioneiros do consumismo e alienação.
O mundo, é o de faz de contas. As buscas enfadonhas, pela beleza vazia e desmedida, pelos valores materiais, a prática do mercantilismo, o capitalismo selvagem e as questões ligadas ao egocentrismo são o foco das massas.
E o que dizer do sensacionalismo barato pregado a qualquer custo, da perda maciça de valores, onde até mesmo a morte é vista como dobrar a esquina para comprar um maço de cigarros?
Diante de tantos eventos ditos e tidos como importantes e necessários, seremos então todos dizimados por uma epidemia de dengue, reportando-nos a um passado longínquo, ocorrida na Idade Média, em meados do século XV, onde a peste negra matou aproximadamente 25 milhões de pessoas mundo à fora? Será um minúsculo e reles inseto o vilão que irá dizimar a espécie humana?
Ao refletir sobre nós os seres “humanos”, lembrei-me de três palavras: Humano, racional e irracional. São palavras, palavras estas que cada vez mais tenho a idéia de sinônimos. Há mesmo alguma diferença entre elas? Vida beira ao abismo! Vida louca! Mundo malévolo!
Livre arbítrio mal seguido. Doidivanas, vítimas do sistema? Droga! Merecemos os desalentos? É... Desta forma tenho mesmo que reforçar minha crença nas idéias niilistas.

José Ricardo Batista
24/05/2008

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um dedo de prosa...pra agradecer...

É sempre bom quando encontramos portas abertas e amigos sempre prontos a nos acolher e nos apoiar em nossas lutas e ensejos.
Agradeço imensamente ao amigo Porto Filho, do site
Arti-manhas, pela atenção e carin
ho com que sempre nos recebe e pelas portas sempre abertas neste espaço tão rico e tão valoroso para nossa literatura.


A quem ainda não conhece o site, clique AQUI e confira, vale a pena!

Abraços literários!

Moniquinha

segunda-feira, 28 de julho de 2008

PINGOS DE CHUVA - por Dorival Manchenho

Acordei preocupado com o tempo. Indubitavelmente a chuva iria atrapalhar o meu dia-a-dia. Melhor seria se não chovesse! Tudo bem! Não adianta murmurar...
Ninguém tem o controle do tempo...Saí apressado em busca de soluções...trabalho, compromissos e reuniões. Esse é meu cotidiano. A chuva começou de mansinho...pingos salpicavam o chão...molhando a poeira do caminho. Lembrei minha infância na roça, o andar na carroça e a chuva molhando o dorso do animal. Sentia o cheiro forte que vinha do norte...o cheiro do curral.
Balancei a cabeça... afugentando as lembranças do tempo de criança.
Voltando a realidade...vi um menino que sorria; olhando vesgo para os pingos de chuva que escorriam pela vidraça. Sua mãe percebeu minha curiosidade e falou: - Ele se concentra nos pingos da chuva e isso o tranqüiliza. É bom para esquecermos a dor dessa doença que perdura.
Continuei meu caminho. Agora...sem muita pressa. Elevei a Deus uma prece. - Se o senhor não curar o menino...faça chover todo dia. Essa é minha vontade. Mas seja feita a sua.


Dorival Manchenho - 12.7.2008

domingo, 27 de julho de 2008

O TRAVESSEIRO E O LENÇO - por Maria Eugênia


Nove horas da noite. Lá vem ele chegando. Entra em casa lentamente como se obedecesse a um ritual. Fecha a porta da rua. Agora passa a chave na fechadura que range emitindo um som rouco, talvez pelos muitos anos em que não fora preciso trancar. Com os novos tempos... Com as notícias que escuta, precaver-se é melhor... Pensa em passar óleo na fechadura pela manhã.
Caminha até à cozinha, acende a lâmpada que pende do teto num fio esgarçado, que de tão velha, projeta mais sombra e penumbra, do que claridade. Mas que importa? Ele conhece tão bem cada palmo daquele lugar... Sua história se mistura a cada objeto... Tudo tão familiar, que até no escuro, saberia encontrar o que necessita.
Começa a passar um café... Contempla a mesa antiga e as quatro cadeiras... Quem se sentará para trocar conversa, amenizar a solidão, bebericar o café?
Já faz tanto tempo que não se ouve barulho naquele lugar... Já faz tempo que ninguém se senta à mesa e ocupa as cadeiras e o coração solitário... Pensa um pouco naqueles que passaram por ali... Mas pensa tão rápido, lembrança de segundos, para não dar lugar a nenhum sentimento...
Apaga a luz e vagarosamente vai fechando as janelas... Usa o banheiro...
Entra em seu quarto. Não precisa de luz, pois a claridade de um poste da rua clareia o ambiente pelas frestas da janela... O pijama dobrado no mesmo lugar... O travesseiro de penas para repousar a cabeça.
Deita-se, puxa as cobertas... Faz uma oração. Coloca a mão embaixo do travesseiro e pega a fotografia, a única que sobrou com todos os que já moraram ali, nos tempos de alegria.
Pega também o lenço para enxugar uma fininha lágrima que ainda teima em escorrer... Suas únicas companhias...

Maria Eugenia
23/07/2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Passarinhando (ou Quintaneando)



O tempo é escasso e as horas são vazias

há tanto o que fazer...e o tempo passa
O tempo é escasso e as horas são vazias

As areias da ampulheta escorrem aos olhos

O tudo se amontoa...e o tempo voa
nas horas vazias o nada me impregna
O tempo é escasso e as horas são vazias

Os ponteiros do relógio nunca param

Há tanto o que fazer...e o tempo passa
Sinto-me cheia, plena, abarrotada...do nada
O tempo é escasso...mas as horas...
as horas são tão vazias!

A vida urge, o mundo urge, o amor urge!

Tanto, tanto a fazer...e o tempo...passa...
E as horas são vazias...e o tempo é escasso...
e a areia escorre...e o nada se amontoa
e eu me sinto cheia...de tudo e de nada!

Mas a vida urge...
E o tempo voa...
E o nada, e o tudo, e as horas

Passam!

Eu...passarinho!

(Que o mestre Quintana perdoe minha ousadia)

Moniquinha

terça-feira, 8 de julho de 2008

Solidão
























Gosto de ti, se me persegues à noite,
Se me atormentas à luz do dia.
Não há vozes e vultos,
Oh, luz sombria!

Em teus braços, distribuo lágrimas,
Recolho prantos.
Ainda que fira minha pele,
Corroa minh’alma,
Rasgue minha carne,
Gosto de ti, oh, luz sombria!

Ontem, éramos três:
Você, a tristeza e eu.

Sorvo duas taças de vinho,
Aqueço o sangue,
Emposto a voz.

Sou eterno jogral
Remetendo emoções.


José Ricardo Batista

sábado, 21 de junho de 2008

ARRAIÁ DO CAFÉ DAS LETRAS - nossa segunda festa!



Durante vários dias, a comunidade Café das letras vestiu-se de roça, de interior, de arraial caipira, e deu lugar à um delicioso clima de brincadeira e descontração. Um exercício de preservação do nosso patrimônio cultural, de valorização das nossas raízes, da nossa língua, e do nosso povo. Uma brincadeira onde pudemos usar e abusar da nossa criatividade, poetando de forma diferente e criando situações adversas ao nosso cotidiano. Encerramos nossa brincadeira numa deliciosa festa caipira, o ARRAIÁ DO CAFÉ DAS LETRAS, onde tivemos o casamento caipira, muita poesia na linguagem da roça, e muita alegria em brincadeiras e boa prosa. Agradeço demais a todos que participaram e contribuíram para que a festa fosse um sucesso. Deixo aqui, algumas amostras do que foi mais este delicioso encontro.

TEMO FESTA NO ARRAIÁ
Mês de junho já chegô

com o carrossel de festança

Santo Antônio anunciô

vai trazer as aliança


pro casório começá
entrem Maria e João,

fiquem do lado de cá

noivos pegados na mão.


São João mandou dizê

pr
a todos do arraiá
que é pra fogueira acendê
e por a batata pra assá,


uma quadrilha bem solta

girando pelo terreiro:
mãos-pro-alto, meia-volta,

o último será o primeiro.


Não esquecer de São Pedro

e sua bandeira levantá
ao lado do pau de sebo
sobe aqui , escorrega lá.


Muitos fogos e balões
bolo, canjica e quentão

gente alegre nos salões
toca a sanfona Tião.


Basilina Pereira


FESTA JUNINA

Hoje é noite de São João
O sanfoneiro puxa o fole
Esta festa boa! Quanta animação!
Tem de tudo, até o bole- bole.


A fogueira ta queimando
Os fogos riscando o céu
Namorados se declarando
Os homens acenam seus chapéus.

As moças bonitas e namoradeiras
As simpatias farão
Ficam todas faceiras

Pedem noivos a São João.

O passeio na roça começa.
O puxador gritando: olha a cobra!
Todo mundo pula e reza
A algazarra é agora.

Anavantu, anarriê
O balancê é que é bom!

O que querem de você
É que se achegue nesse som.

Cole o corpo bem colado
Desça devagarzinho
Vá lá em cima, vá lá a baixo
É um gostoso reboladinho.

Assim é o forró
Um remelexo dengoso
Dois corpos num só
É um chamego gostoso.

(Aglaure Corrêa Martins)


Rastapé

Hoje tem rastapé na roça,
inté o por do sor raiar,
inté o dia crareá,
inté nossos pezinhos cansá!
que todos venham se ajuntá
pra modo de comemorá,
nesse dia portante,
minha fia vai casá!!!


o vigario fez linda cerimônia,
e ja correu come pamonha,
que de longe tava a babar!
coroné ponhô dinovo o chapéu
correu pertinho do delegado,
prá prose´s um bocado,
de politica falar!

Tô explodindo de felicidade!
porque o moço,diga a verdade,
que minha fia pode casá,
não é moço lá da cidade,
não tem muita mardade,
é moço bom do arraiá!!!!!


vai mora aqui na vizinhança,
bem na praça do arraiá,
vai aumentá minha familia,
embuxá minha fia,
e um neto vai me dar!!!!!
intonce, sou só gratidão,
ao santim do coração,
que nem nessercito lhes contá,
não é São Pedro nem São joão,
è Santo Antonio casamenteiro,
que essa bença foi me dar!!!!!!


SIMBORÁ COMEMORÁ!!!!!!!!!

Ge (Geisa Adriana)

Nosso Arraiá

Nosso arraiá tem buniteza
tem aligria, tem cumilança
tem puesia que é uma beleza
e tem os par pra entrá na dança!

Entonce minha gente festera
bora garrá us par pra dançá
vamu butá os pé na forrozera
e ralá os bucho inté do dia raiá!

E vamu fazê muita puesia
com muito amô vamu rimá

vamu fazê verso di aligria
pra mode nossa festa alegrá!

E viva nosso Arraiá!!!

Moniquinha

Intão vamo dançá e fazê fulia
que o delegado deixou,

até o padre se arrumou,

e esqueçer as estrepulia.

êta nóis!!!


Rose


Nessa noite istrelada
A fuguera crepita

Nunca vi tanta cumpanherada

Nunca vi tanta gente arreunida

Vamo dançá, cantá e proseá

Até o dia manhecê

e adispois qui o sór raiá

Vamo continuá o festê


Zé Ro



Prumessa torta

Fiz prumessa pra sant'antonho
pra mode arrumá um amô
levei o santin pro riacho
lavei ele morro abaxo
butei ele nos vaso de frô!


Ele sabia dos meu sonho
de vivê um bem querê
de incontrá um namorado
que seje bem apanhado
de caráte bem acertado

pra meu marido ele sê!

Mai achu que num fiz dereito!
Que'le num iscuitô meu pidido!

Inda tô na ispera arretada
to quase nas vorta da istrada
venu a subrinhada crescê
e nada de rumá um marido

nada de incontrá um bindito
nada di nada dele aparicê!

Moniquinha


Eita que festança boa!
to contente por demais!
vô até prova da broa
que a cumadre Rose faz!

Pro Chico vou dar um tiquim
de quantão prele tomá
hoje naum tem cafezim
pra modo da gente esquentá!

Pra fia vou dar minha benção,
chorando de felicidade,
Tô com baita emoção,
dessa união de verdade!

Pro Coroné, meu perdão
de tentar atrapaiá o casorio,
mas se insisti di novo
o véio faz o seu velório!

Pro vigário um vinho quente,
a modo dele se alegrá
ja ta todo sorridente
inté se fartar!

Ge


Neste terreiro iluminado
Vejo a bunita luna no céu
Isso me deixa apaixonado
Ao vê as istrelas como um véu

Tarvez seja os astro
Que se casaro no firmamento
E deixaro lá seus rastro
De luz nesse momento

Zé Ro


Casamento caipira!

quero contar aos presentes,
e deixar gravado aos ausentes,
sobre esse casamento caipira!
que muitos agora admira!

foi tomando café com a gente,
na mesa do café da comunidade,
que surgiu essa vontade,
com tanta espontaniedade,
de uma festa fazer diferente!

Partiram Zé e Moniquinha,
a correr atrás dos noivos,
e pra outros participantes vir,
de uma forma elegante,
postaram tópicos convidantes,
pra todos poetas reunir!

Preparavam roteiro,poesias,
comidas típicas e fantasias
pra todo mundo vestir!
expresso agora com alegria
o prazer das companias
que pintaram por aqui!!!!!!

Fica minha enorme gratidão
do tamanho do meu coração,
a esses grandes amigos!!!!!
e falo com devoção,
que na próxima ocasião,
podem de novo, contar comigo!!!!!!!!!!!!

Ge



Poetá na vizinhança
Do atraso fiz notado
QUe meu istômago roncando
Não viu festa nem salgado
Nem viu doce, nem melado

Só o amor que interesse
Desta justa comunhão
Mais gostoso que a prece
É o depois... nham nham nham!

A Florinha da quermece
Quis buquê e caiu no chão
Trouxe-lhe a minha prece
Minha flor e decramação

"Casamento é coisa prima
Que mais vale a primeira mão
Torço para que a sua, Florinha,
traga-me seu coração".

Vem comigo, atrás da moita
Tem um bicho lego-lego
Que pra casar é a melhor firma
Firma bem melhor que prego

MAs se qué ispera buquê
Já vou arribando a cinta
Para procurá muié
Nem que seja a Jacinta

Comé qui é, intão, Frorzinha
Vai ter um terecoteco
Ou eu vou buscar lá na esquina
A muié que engana cego?


Minha contribuição termina
Como dispidida linda
Torço para durmir o povo
Bem quentinho na caminha

...Beijão, gente, a noite vai
Tenho que acordar cedinho
Essa hora o dia cai
E eu vou esquentar o ninho

Bruno


Festa no arraiá.

Sinhá moça
Venha dançá
É festa de São João
Tem pipoca, amendoim
E pinhão.

Sinhá moça
Pula fogueira
Que o sanfoneiro
Puxa o fole...
Tem festa até o dia raiá
Muito remexe-mexe
Bole-bole...
Sacode as caderas!
Sinhá!

Seu moço
arranje uma dama
E entre na quadrilha
do arraiá
O noivo tá numa encrenca
o pai da moça
obrigô casá...
puxa o fole sanfoneiro
que a noiva já vai entrá.

É festa de são João
Tem mandioca
Assada na brasa
Paçoca
Feita em casa
E não podia fartá
O delicioso quentão.

São João!
São João!
entra aí moçada
que o trem tá bão.

(Sirlei L. Passolongo)








domingo, 15 de junho de 2008


Na praia



O mar diz muito de nós,
nos tempera com seu sal
e a sóis.

Marca meus pés com você
que me fotografa co'olho
e lê...

Na areia fotos de mim
com lágrimas de saudade
e fim.

Dalton Luiz Gandin

terça-feira, 3 de junho de 2008

A boca que verseja


Para sentir o cheiro
e o gosto do verso
Primeiro sinta a entrega
da boca que o verseja
e no cerrar dos lábios
ouça o que ela diz em silêncio
entre uma virgula e uma reticência
Após, toma-lhe a essência
Num instante depois,
Feche os olhos,
Imagine...
E lhe roube um beijo
de amor.


Sirlei L Passolongo

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O CAFÉ DAS LETRAS NA RAW

A RAW , Revista Amigos Web, divulgou nesta semana, na sessão A SEMANA NA REDE nosso pré-projeto.
Agradeço ao amigo Carlos Senna, pelo espaço que ele, através da sua revista, abre a novos projetos e sonhos.
Felicidades e sucesso!

Moniquinha San

sábado, 24 de maio de 2008

Geração do silêncio
























a sociedade está em chamas
todos nós voltaremos ao pó
e como construir nova vida
se a cada dia aumenta a ferida
escute: escute a voz que vem da escuridão
é um grito dissonante
falar pelos cinco mil auto-falantes
e sussurro pelo telefone
"juventude, caminho aberto"
o que é errado, o que é certo
somos massacrados pelo sistema
e pra que viver nesse dilema
se podemos: podemos enxergar a luz
que vêm do alto
e como uma nuvem branca
com gosto de esperança
a sociedade está em chamas
e o grito da criança
atravessando toda a favela
e que mulher é aquela
que chora ao pé da cruz
somos tão jovens
somos tão negros, tão brancos, tão índios
não somos fingidos
queremos lutar
somos adeptos da liberdade
nossas asas abertas revelam
o som dessa geração do silêncio
que desperta, fermenta e cresce
como a boa nova de Jesus

Emerson Sbardelotti

Feliz novo ano!

Feliz novo ano!

Nossa mensagem de Natal

Nossa mensagem de Natal