domingo, 30 de março de 2008
Outra dimensão
O coração dói
Da tua ausência
Quisera entender da loucura
Que te despe em essência
Nas palavras que te revelam
Me provocam
Me fazem arder...
Se consultada fosse
Te saber
Eu negaria até à fogueira
Pois é desigual viver a dimensão do poético
Na ponta da tua pena traiçoeira
Imortalizando-te em versos
E eu mortal
Fadada a te ler...
A buscar-te nos escritos que por toda parte
Espalhas...
Será essa a representação da saudade?
Essa distância do mundo paralelo em que habitas?
Por que tens poder de visitar-me quando queres?
Invades minha alma
Feito mar que se agita e nem percebes
A aparente calma...
Entre esferas transitas
Anunciando minha paz e tumulto...
E a saudade grita!
Maris
terça-feira, 25 de março de 2008
Aos poetas - RETRATO DE UM SARAU (On-line)
Poetas nascem
Poetas crescem
Uns desabrocham
Outros amadurecem
Poetas dormem
Poetas hibernam
Poetas desaparecem
E não deixam vestígios
Uns retraem-se
Outros abrem asas e crescem
Poetas sonham
Poetas despertam
Poetas olham-se no espelho
Uns buscam a santidade
Outros confessam que pecam
Poetas sofrem as dores do mundo
Uns revoltam-se
Outros se rendem
Todos querem ser compreendidos
Poetas compreendem
Poetas são comedidos
Poetas são escancarados
Uns sabem o que sentem
Outros estão desamparados
Há os poetas só de um dia
Há os poetas ilimitados
Mas a poesia...
Ah, caros poetas,
A poesia,
Esta sobrevive.
(Fiz esta poesia para os amigos do Sarau da Comunidade do Chico Buarque, mas
como fala de poetas em geral, os amigos do Café das Letras também vão se
encontrar nela de alguma maneira. )
"Dever do poeta é cantar com seu povo e dar ao homem o que é do homem: sonho e amor, luz e noite, razão e desvario." Pablo Neruda (in Las Piedras de Chile)
Helenice
terça-feira, 18 de março de 2008
Desabo
Dia de faxina no céu...água que desaba!
móveis sendo arrastados, trovejando
tem gorjeios de alegria, banho do dia
tem dança de verdes, ao som dessa melodia
Tem eu aqui, presa pela dicotomia da vida
Livre sem o ser, presa sem amarras
o cheiro no ar me chama a ser, atrevida
a vida reta me breca e me faz contida
Assentada sobre meus pensamentos
sinto-me de braços abertos ao vento
sendo banhada pela chuva abençoada
renovando em mim nobres sentimentos
O amor à vida, aos seus intentos
o respeito ao tempo, imponente, implacável
a compreensão do sofrimento, essa dor palpável
o valor do amor, santo remédio curador
Rendo-me às corredeiras, verto cristais de sal
imito a chuva , e desabo, torrencial!
Moniquinha
móveis sendo arrastados, trovejando
tem gorjeios de alegria, banho do dia
tem dança de verdes, ao som dessa melodia
Tem eu aqui, presa pela dicotomia da vida
Livre sem o ser, presa sem amarras
o cheiro no ar me chama a ser, atrevida
a vida reta me breca e me faz contida
Assentada sobre meus pensamentos
sinto-me de braços abertos ao vento
sendo banhada pela chuva abençoada
renovando em mim nobres sentimentos
O amor à vida, aos seus intentos
o respeito ao tempo, imponente, implacável
a compreensão do sofrimento, essa dor palpável
o valor do amor, santo remédio curador
Rendo-me às corredeiras, verto cristais de sal
imito a chuva , e desabo, torrencial!
Moniquinha
sexta-feira, 14 de março de 2008
Dia da poesia - Desafio poético
De ferramenta em punho (o sentimento) e matéria-prima na mão (a palavra), o artesão ( poeta) molda sua obra-prima (a poesia).
Desafiados, nossos poetas criam, numa gostosa brincadeira e um exercício coletivo de criação um alfabeto diferente (ainda em construção) : o ALFABETO POÉTICO.
Moldar as palavras através dos sentimentos, e criar vida! É assim que o poeta é!
Desafiados, nossos poetas criam, numa gostosa brincadeira e um exercício coletivo de criação um alfabeto diferente (ainda em construção) : o ALFABETO POÉTICO.
Moldar as palavras através dos sentimentos, e criar vida! É assim que o poeta é!
segunda-feira, 10 de março de 2008
Máquina sem jeito
Silêncio atroz,
alma calada.
O que poderia ser,
não foi nada.
Choro calado,
vestígios de um coração.
Um céu nublado
sobre uma falsa solidão.
A recusa do amor,
obedecendo a dor.
Assim funciona
a máquina sem jeito,
que bate aqui no peito e
alguns chamam coração.
Suzan Keila
Assinar:
Postagens (Atom)