quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Cúmplices



















Foto: Leofoo


Uma companhia.

O Sol nasce sorrateiramente.

Cúmplices, em silêncio,
contemplam o espetáculo da natureza.

Um silêncio,
e o barulho do mar.

Um olhar,
e algo no ar.

São cúmplices.

Caminham sobre suas decepções.
Contam amores, amigos e
emoções.

Uma afinidade perturbadora
em minutos de amizade.

O tempo voa, o sol nasce e o mar é testemunha...

Um momento.

Seu tempo.

Nosso tempo.

Duas almas, uma alma,
nossa alma.

Aquela paz.

Suzan Keila

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Um dedinho de prosa pra agradecer...

É sempre bom quando encontramos portas abertas e amigos prontos a nos acolher e nos apoiar em nossas lutas e ensejos. Agradeço ao amigo Carlos Senna, da revista Amigos Web (RAW), pela atenção e carinho com que sempre nos recebe e pelas portas abertas neste espaço tão rico e valoroso para nossa literatura.

Quem ainda não conhece a RAW, clique AQUI e confira, vale a pena!

Abraços literários!


Moniquinha

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pseudo Status (Aos Que Se Acham)

Graças ao benévolo processo de disseminação da cultura e principalmente o acesso à informação que atinge as camadas sociais A ou B, antes privilégio de poucos de uma elite dominante, favorecida pelo poder aquisitivo, estamos nos livrando da era de um determinado pseudo status e das carteiradas desnecessárias levadas cara à fora.
Foi-se o tempo em que reverenciar-se diante de profissionais simplesmente graduados, que exibem títulos e fazem questão de ser tratados como verdadeiros doutores. É claro que alguns poucos são exímios cumpridores do seu dever e até mesmo cumpridores de um papel social. A culpa é da que sociedade por muitos e muitos anos cultivou essa questão, geração a geração.


A título de exemplo e partindo para a ferida da questão, cito os profissionais médicos e advogados. Quem nunca pensou em formar um desses em sua família, um médico ou um advogado?
O status e o pedestal onde esses profissionais eram lançados era algo tão absurdo a ponto de, digamos que o sujeito praticamente tinha de lavar a boca com cloro para referir-lhes a palavra.
Bem, encerro essas linhas felicitando o nível de acesso à educação e a cultura que o Brasil atingiu, é evidente que ainda temos muito que progredir, estamos na caminhada. E aos dinossauros do passado digo:

Abaixo falsos doutores arrogantes que se acham! Vocês não detêm o conhecimento e poderio mais! Qualifiquem-se e façam jus ao título que tanto almejam ou almejaram.


José Ricardo Batista
Direitos Reservados
15/06/2008

Rio manso

Sabe aquela despedida? Não era um adeus, era apenas um até breve, um até mais. Não haviam motivos pras lágrimas, mas elas rolaram. Insistiram em dar o ar da graça.
Não eram lágrimas de tristeza, pois há muito que tua companhia não me permite momentos tristes. Nem eram lágrimas de decepção, teu amor nunca me decepciona. Nem eram lágrimas de medo, pois teus longos braços não me deixam sentí-lo.
Eram lágrimas de saudades antecipadas, lágrimas de uma breve solidão, lágrimas da ausência tua que não me cabe mais.

Eu sabia que havia a certeza do reencontro, com beijo sabor saudades, daqueles que sempre começam na hora certa e sempre terminam antes, deixando gosto de quero mais. Com direito à olhares lânguidos, carícias exageradas, mordiscadas de vingança pela demora, euforia e alegria extremas afirmando um sentimento além fronteiras.

Tempo e espaço incapazes e insuficientes contra tanto desejo.

Mas chorei.

Não foi um choro melancólico e bucólico, do tipo dramático. Nem foi um choro desesperado e alucinado, do tipo incontrolável.
Foi um choro de rio manso, de rio que não corre mas desfila exuberante rumo à grande e vertiginosa queda de águas claras e volumosas, e deságua forte e torrencial lavando e arrastando tudo quanto encontra pelo caminho.
Um choro que lava a alma, que fortalece, que só faz mais certa ainda a alegria do reencontro.

Chorei e adormeci feliz.
Feliz, porque sabia que passados alguns dias, minhas lágrimas seriam enxugadas por teus lábios sedentos de mim.
Adormeci, como sempre, nos teus longos braços e debaixo do teu olhar atento e apaixonado que jamais me abandona.

Moniquinha

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Paulistano de corpo, caipira de alma...

"De que me adianta viver na cidade, se a felicidade não me acompanhar?"
Pois é, a cidade grande, selva de pedra como muitos dizem, ás vezes desumana, ás vezes solidária que abriga tudo e todos de todos os lugares. Cidade onde eu nasci e onde me criei respirando esses ares poluídos, ouvindo o barulho das sirenes que ferem por vezes os meus tímpanos.

Confesso meus amigos, a felicidade muitas vezes não me acompanha neste mar de edifícios, mas a vida tem que continuar mesmo que aos trancos e barrancos e procuro tocar ela da melhor maneira possível. Vejo ás vezes as madrugadas de céu estrelado, não com bons olhos por causa da violência, mas ouço a passarada quando ela começa a cantar anunciando a alvorada, um canto curto, por vezes triste. Com um certo temor, subo no meu carro e vou para o meu trabalho. Gostaria mesmo era de arrear um burrão e sair pelos campos a galopar, escutando o gado berrando e o sabiá cantando no Jequitibá, mas meu cavalo é de aço e o que ouço e vejo são roncos de motores e até capivaras que sobrevivem não se sabe como nas águas poluídas do Rio Tietê. Sabiá canta sim num pé de Ipê amarelo que tenho no fundo do meu quintal, mas não é o mesmo canto do sabiá que se ouve no interior de São Paulo, infelizmente.

Ás vezes gostaria de ter nascido neste belo interior paulista, em uma fazenda ou até mesmo em uma tapera, que me desse á oportunidade de levar uma vida mais saudável, onde eu pudesse plantar o que fosse comer, onde me sentisse á vontade e totalmente integrado a essa natureza tão exuberante que se vê nos campos dessa São Paulo interiorana, mas sou da “capitár” e não tenho como me mudar de casa e de vida para onde gostaria. Minhas idas ao interior são esporádicas. O contato com essa gente tão bonita de sotaque carregado (que muitas vezes é alvo de expressões e piadas pejorativas) e também essa deliciosa música regional caipira que ouço agora no rádio de meu carro com muito carinho, me fazem crer que nasci no lugar errado.
Minha paixão pela cidade grande de há muito perdeu o encanto e por outro lado, o amor que sinto pelas coisas do interior só tem aumentado. Como uno o Rock com a música caipira? Como amo a guitarra de igual para igual com a viola caipira? É a minha veia urbana onde corre um sangue caipira, herança talvez de outras vidas, quem sabe? Mas esse pinho, que faz chorar essas cordas num dedilhar que encanta até músicos estrangeiros de gabarito é a mesma que ouço neste momento e confesso, se alguém está chorando agora com o rádio ligado, este alguém sou eu...

Da saudade imensa, do campo e do mato, do manso regato que corta as Campinas, paisagens que vi muitas vezes em muitas das viagens que fiz. Hoje a vida atribulada da cidade não tem me permitido mais essas viagens e não posso mais desfrutar por hora das festanças do interior, com danças tópicas e lindas meninas. Sinto-me contrariado com isso, mas não derrotado, pois sou bem guiado pelas mãos Divinas, mas já disse a minha mãezinha tantas vezes da minha tristeza aqui na cidade grande e de não ter nascido no campo como gostaria. Adoraria um dia me ver de partida numa madrugada, pra essa terra tão querida do interior que não me viu nascer. Partir e trafegar por uma estrada de terra, ouvindo o galo cantando e Inhambu piando no escurecer com uma bela lua prateada clareando essa estrada de chão, que traz ás margens uma relva molhada desde o anoitecer. Adoraria ir, ver tudo ali e fixar minha morada, não foi lá que nasci, mas é lá que gostaria de morrer, pois sou um paulistano de corpo e um caipira de alma...


Essa prosa/crônica, usa como fonte de inspiração e trechos da letra da canção "Saudades da minha terra" de Belmonte e Goiás, na minha opinião, a mais linda música caipira de todos os tempos.

Zé Roberto

Ao meu filhote

Amor... incondicional...mães e seus filhos, fêmeas e filhotes, quantos beijos e abraços, quantas vezes dizemos: eu te amo!
Ao meu digo inúmeras, incansáveis!
_Eu te amo!
E ele:
_Tá!
Dormimos abraçados muitas vezes, e vários pedidos de "me dá espaço" (cama de casal mau cabem dois, quem dirá três)... chega pra lá pai.
Abraçadinhos... um selinho antes de dormir. Sono profundo... por vezes acordo com as mãozinhas dele afagando meu colo, ou ombros, digo pra ele:
_Pára filho vai dormir!
_É carinho mãe! Tô fazendo carinho!
Outras acordo no meio da noite, levanto (banheiro e um copo d'água), e encontro ele esparramado em meu lugar, tento mexe-lo ele reclama, então falo:
_Não vai me deixar deitar?
Ele prontamente me oferece um espaço na cama, mas pequeno, pra ficarmos mais pertinho um do outro, passa seu braço por meu pescoço e dorme novamente, como se nunca houvesse se mexido.
Por vezes cantamos:
Da laranja quero um gomo,
do limão quero um pedaço,
do menino mais bonito
quero um beijo e um abraço!
"Smac, upaaa" (beijo e abraço forte).
Assim é meu menino, ora é meu amigo do peito, ora não é mais meu amigo.
São muitos "eu quero vai buscar", mas outros tantos de "desculpa mãe", ou "não chora já vai passar"...
Sensível e puro, ingênuo e esperto.
Meu menino tá crescendo rápido e logo tudo isso vai passar a hostilidade, como muitos adolescentes, como eu mesma passei... tenho medo dessa fase. Tenho medo de perdê-lo.

Tahys Meybom

sábado, 2 de agosto de 2008

Onde estou?

Aqui...

Sofrendo por esperar uma resposta
Questionando se falei algo que não devia
Querendo que tudo mude na rapidez de um raio
Mordendo o cantinho da boca - meu calmante
Precisando dormir, mas com o peito em ebulição...
Tentando lembrar de me esquecer...

E a história é sempre a mesma...
Desejando virar a mesa, mas com medo de pisar nos cacos que sobrarão dela...cansada de ser boazinha e querendo respirar ar puro, desinfetado de você...’nao te quero mais’...palavras caladas em minha garganta mas transbordadas em meu olhar....um olhar cansado de ver a vida, corpo latejando a vontade de vivê-la...ansiando pelos horizontes e meus pés aqui, estagnados! Não posso mais deixar de sentir a brisa bater em meu rosto...não quero mais sentir culpa pela sua culpa... Quero voar, sem direção! Sem asas, até! Me deixar levar pelo fluxo incerto da minha emoção...

....E quando estou só [não raro] olho pra você...
Seu sorriso me encanta, seu cheiro me embriaga...até seus problemas são interessantes...uma conversa marcada de cumplicidade, de saberes implícitos [ entrelinhas poderosas] rumos novos [sem rumo]...ultrapassar aquilo que sei para alcançar o que desejo....ardente...queimando....cheio de motivos para ser...cheio de razões para não acontecer...deixo a razão [antiga companheira], para ficar à mercê de você...serva, submissa, amante...[sou, enfim, amada]

...Se eu sumir, me procure nas estrelas...
Cansei de suportar o peso do mundo!

Letícia

Amsterdam

Ela passeia pelas ruas frias da cidade sob o céu cinzento de mais um dia comum. Enquanto ouve uma música qualquer, sonha com Amsterdam. Pensa como seria a vida lá. Ele se contenta com qualquer lugar mais calmo, com árvores, com rascunhos de canções, com sonhos pequenos ou grandes, mas com sonhos. Com a união que faz de duas vidas um só todo. Sem essa pressa de ter que provar pra alguém seus anseios, seus objetivos, e tudo que está envolvido nisso. Ela imagina as vitrines, os carros passando, a liberdade de escolha, sem máscaras, sem hipocrisia, sem idéias pré-concebidas. E por mais que essa liberdade lhe pareça suja ou estéril, ainda assim lhe agrada bastante. Ele torce por dias melhores. Da varanda fria, desenha sem muito talento, as possibilidades. Os pensamentos sem forma misturam-se com a fumaça que sai do copo quase vazio. A luz azul nas ruas escuras agrada ambos. As canções com acordes limpos e altos também. Ele sente o frio aumentar. Mas o frio dos dias nublados e toda essa atmosfera de tristeza-bem-trabalhada, servem para fortificar seus ideais. Independente de quais sejam eles.

Daniel

Feliz novo ano!

Feliz novo ano!

Nossa mensagem de Natal

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