sábado, 21 de junho de 2008

ARRAIÁ DO CAFÉ DAS LETRAS - nossa segunda festa!



Durante vários dias, a comunidade Café das letras vestiu-se de roça, de interior, de arraial caipira, e deu lugar à um delicioso clima de brincadeira e descontração. Um exercício de preservação do nosso patrimônio cultural, de valorização das nossas raízes, da nossa língua, e do nosso povo. Uma brincadeira onde pudemos usar e abusar da nossa criatividade, poetando de forma diferente e criando situações adversas ao nosso cotidiano. Encerramos nossa brincadeira numa deliciosa festa caipira, o ARRAIÁ DO CAFÉ DAS LETRAS, onde tivemos o casamento caipira, muita poesia na linguagem da roça, e muita alegria em brincadeiras e boa prosa. Agradeço demais a todos que participaram e contribuíram para que a festa fosse um sucesso. Deixo aqui, algumas amostras do que foi mais este delicioso encontro.

TEMO FESTA NO ARRAIÁ
Mês de junho já chegô

com o carrossel de festança

Santo Antônio anunciô

vai trazer as aliança


pro casório começá
entrem Maria e João,

fiquem do lado de cá

noivos pegados na mão.


São João mandou dizê

pr
a todos do arraiá
que é pra fogueira acendê
e por a batata pra assá,


uma quadrilha bem solta

girando pelo terreiro:
mãos-pro-alto, meia-volta,

o último será o primeiro.


Não esquecer de São Pedro

e sua bandeira levantá
ao lado do pau de sebo
sobe aqui , escorrega lá.


Muitos fogos e balões
bolo, canjica e quentão

gente alegre nos salões
toca a sanfona Tião.


Basilina Pereira


FESTA JUNINA

Hoje é noite de São João
O sanfoneiro puxa o fole
Esta festa boa! Quanta animação!
Tem de tudo, até o bole- bole.


A fogueira ta queimando
Os fogos riscando o céu
Namorados se declarando
Os homens acenam seus chapéus.

As moças bonitas e namoradeiras
As simpatias farão
Ficam todas faceiras

Pedem noivos a São João.

O passeio na roça começa.
O puxador gritando: olha a cobra!
Todo mundo pula e reza
A algazarra é agora.

Anavantu, anarriê
O balancê é que é bom!

O que querem de você
É que se achegue nesse som.

Cole o corpo bem colado
Desça devagarzinho
Vá lá em cima, vá lá a baixo
É um gostoso reboladinho.

Assim é o forró
Um remelexo dengoso
Dois corpos num só
É um chamego gostoso.

(Aglaure Corrêa Martins)


Rastapé

Hoje tem rastapé na roça,
inté o por do sor raiar,
inté o dia crareá,
inté nossos pezinhos cansá!
que todos venham se ajuntá
pra modo de comemorá,
nesse dia portante,
minha fia vai casá!!!


o vigario fez linda cerimônia,
e ja correu come pamonha,
que de longe tava a babar!
coroné ponhô dinovo o chapéu
correu pertinho do delegado,
prá prose´s um bocado,
de politica falar!

Tô explodindo de felicidade!
porque o moço,diga a verdade,
que minha fia pode casá,
não é moço lá da cidade,
não tem muita mardade,
é moço bom do arraiá!!!!!


vai mora aqui na vizinhança,
bem na praça do arraiá,
vai aumentá minha familia,
embuxá minha fia,
e um neto vai me dar!!!!!
intonce, sou só gratidão,
ao santim do coração,
que nem nessercito lhes contá,
não é São Pedro nem São joão,
è Santo Antonio casamenteiro,
que essa bença foi me dar!!!!!!


SIMBORÁ COMEMORÁ!!!!!!!!!

Ge (Geisa Adriana)

Nosso Arraiá

Nosso arraiá tem buniteza
tem aligria, tem cumilança
tem puesia que é uma beleza
e tem os par pra entrá na dança!

Entonce minha gente festera
bora garrá us par pra dançá
vamu butá os pé na forrozera
e ralá os bucho inté do dia raiá!

E vamu fazê muita puesia
com muito amô vamu rimá

vamu fazê verso di aligria
pra mode nossa festa alegrá!

E viva nosso Arraiá!!!

Moniquinha

Intão vamo dançá e fazê fulia
que o delegado deixou,

até o padre se arrumou,

e esqueçer as estrepulia.

êta nóis!!!


Rose


Nessa noite istrelada
A fuguera crepita

Nunca vi tanta cumpanherada

Nunca vi tanta gente arreunida

Vamo dançá, cantá e proseá

Até o dia manhecê

e adispois qui o sór raiá

Vamo continuá o festê


Zé Ro



Prumessa torta

Fiz prumessa pra sant'antonho
pra mode arrumá um amô
levei o santin pro riacho
lavei ele morro abaxo
butei ele nos vaso de frô!


Ele sabia dos meu sonho
de vivê um bem querê
de incontrá um namorado
que seje bem apanhado
de caráte bem acertado

pra meu marido ele sê!

Mai achu que num fiz dereito!
Que'le num iscuitô meu pidido!

Inda tô na ispera arretada
to quase nas vorta da istrada
venu a subrinhada crescê
e nada de rumá um marido

nada de incontrá um bindito
nada di nada dele aparicê!

Moniquinha


Eita que festança boa!
to contente por demais!
vô até prova da broa
que a cumadre Rose faz!

Pro Chico vou dar um tiquim
de quantão prele tomá
hoje naum tem cafezim
pra modo da gente esquentá!

Pra fia vou dar minha benção,
chorando de felicidade,
Tô com baita emoção,
dessa união de verdade!

Pro Coroné, meu perdão
de tentar atrapaiá o casorio,
mas se insisti di novo
o véio faz o seu velório!

Pro vigário um vinho quente,
a modo dele se alegrá
ja ta todo sorridente
inté se fartar!

Ge


Neste terreiro iluminado
Vejo a bunita luna no céu
Isso me deixa apaixonado
Ao vê as istrelas como um véu

Tarvez seja os astro
Que se casaro no firmamento
E deixaro lá seus rastro
De luz nesse momento

Zé Ro


Casamento caipira!

quero contar aos presentes,
e deixar gravado aos ausentes,
sobre esse casamento caipira!
que muitos agora admira!

foi tomando café com a gente,
na mesa do café da comunidade,
que surgiu essa vontade,
com tanta espontaniedade,
de uma festa fazer diferente!

Partiram Zé e Moniquinha,
a correr atrás dos noivos,
e pra outros participantes vir,
de uma forma elegante,
postaram tópicos convidantes,
pra todos poetas reunir!

Preparavam roteiro,poesias,
comidas típicas e fantasias
pra todo mundo vestir!
expresso agora com alegria
o prazer das companias
que pintaram por aqui!!!!!!

Fica minha enorme gratidão
do tamanho do meu coração,
a esses grandes amigos!!!!!
e falo com devoção,
que na próxima ocasião,
podem de novo, contar comigo!!!!!!!!!!!!

Ge



Poetá na vizinhança
Do atraso fiz notado
QUe meu istômago roncando
Não viu festa nem salgado
Nem viu doce, nem melado

Só o amor que interesse
Desta justa comunhão
Mais gostoso que a prece
É o depois... nham nham nham!

A Florinha da quermece
Quis buquê e caiu no chão
Trouxe-lhe a minha prece
Minha flor e decramação

"Casamento é coisa prima
Que mais vale a primeira mão
Torço para que a sua, Florinha,
traga-me seu coração".

Vem comigo, atrás da moita
Tem um bicho lego-lego
Que pra casar é a melhor firma
Firma bem melhor que prego

MAs se qué ispera buquê
Já vou arribando a cinta
Para procurá muié
Nem que seja a Jacinta

Comé qui é, intão, Frorzinha
Vai ter um terecoteco
Ou eu vou buscar lá na esquina
A muié que engana cego?


Minha contribuição termina
Como dispidida linda
Torço para durmir o povo
Bem quentinho na caminha

...Beijão, gente, a noite vai
Tenho que acordar cedinho
Essa hora o dia cai
E eu vou esquentar o ninho

Bruno


Festa no arraiá.

Sinhá moça
Venha dançá
É festa de São João
Tem pipoca, amendoim
E pinhão.

Sinhá moça
Pula fogueira
Que o sanfoneiro
Puxa o fole...
Tem festa até o dia raiá
Muito remexe-mexe
Bole-bole...
Sacode as caderas!
Sinhá!

Seu moço
arranje uma dama
E entre na quadrilha
do arraiá
O noivo tá numa encrenca
o pai da moça
obrigô casá...
puxa o fole sanfoneiro
que a noiva já vai entrá.

É festa de são João
Tem mandioca
Assada na brasa
Paçoca
Feita em casa
E não podia fartá
O delicioso quentão.

São João!
São João!
entra aí moçada
que o trem tá bão.

(Sirlei L. Passolongo)








domingo, 15 de junho de 2008


Na praia



O mar diz muito de nós,
nos tempera com seu sal
e a sóis.

Marca meus pés com você
que me fotografa co'olho
e lê...

Na areia fotos de mim
com lágrimas de saudade
e fim.

Dalton Luiz Gandin

terça-feira, 3 de junho de 2008

A boca que verseja


Para sentir o cheiro
e o gosto do verso
Primeiro sinta a entrega
da boca que o verseja
e no cerrar dos lábios
ouça o que ela diz em silêncio
entre uma virgula e uma reticência
Após, toma-lhe a essência
Num instante depois,
Feche os olhos,
Imagine...
E lhe roube um beijo
de amor.


Sirlei L Passolongo

Feliz novo ano!

Feliz novo ano!

Nossa mensagem de Natal

Nossa mensagem de Natal