terça-feira, 29 de abril de 2008

Sarau dos trovadores - eles mostraram a que vieram!


Nosso primeiro evento, e não poderia ter sido melhor.
Aqui, nossos escritores soltaram o verbo, e mostraram que não há limites para os sentimentos, as emoções, e a poesia!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Meu Mundo

















Se pousa em meu íntimo a candura
De tuas mãos puras destilada,
Pousa em mim a real ternura
Feito as luzes d'um condão de fada.

Se me perco submerso em amores
De teus suaves sussurros erguidos,
Em teus inefáveis aromas às flores
Agradáveis submerjo em ávido libido.

Se sou serenizado sob os sons
Satíricos que a tua voz produz,
Sou satirizado pelos belos tons
desvairados que o teu riso reluz.

Se ao beijar-te lânguido adormeço
Aos sabores divinos de tuas salivas,
Adormeço - reluzentemente desfaleço
Sobre o leito de delícias indevidas.

Pouso, submerjo, satirizado morro
À paixão! - Feito pobre moribundo
Aos desejos - meu Deus, não socorro!
Deixa - deixa que aí - é o M-E-U-M-U-N-D-O.

James Vasconcelos

domingo, 20 de abril de 2008

Inspiração




















Hoje o dia me levou a inspiração.
Cá no meu canto, calado,
procuro a cor no horizonte
e os grilos em sua cantoria
vêm me lembrar
Que sem tinta
não se pode pintar.
É preciso a lágrima
pra lavar os dissabores de ontem
e preparar os olhos
para o sorriso da alma.
Sei que ele está em algum lugar, latente,
como a semente embutida na flor
e, a qualquer momento, se desdobrará em sombra
para florir canções e primaveras.
As rimas também nascem do silêncio,
aquele colhido em noites de lua cheia
quando as cigarras se quedam mudas
extasiadas de tanto esplendor
e os cães enluarados espreitam, de orelhas em riste,
mas sucumbem ao brilho das estrelas.
Só o meu peito continua travado.
Recordo uma canção antiga
que minha mãe cantava sem alegria
e aguardo que um sopro retorne com o vento da tarde
e traga a notícia de que o verso ainda vive.

Basilina Pereira

domingo, 13 de abril de 2008

Distância d'Ele


Desafiado
Desapeguei
De dó da dita... Demente Diva
Denunciei

Direi de um doido,
Duro dever
Da dívida divina...
Direitos dEle.
Delatarei

Do dono
Dos dons
Dos dotes
Da dívida
Do dinheiro
Da doença, do descaso
Dilúvio, destruição.

Direi dos diletos
Direitos de Darwin
Dos dez demônios
Domados dentro
Dos devedores

D'outro ditado
Dizer deitado
Dorme!

Do depender de drogados, d'onde?
Do desamor dos doentes, doi-me!
Dos desesperados, diga-me!

Durante dias,
Dou-lhe dilemas,
De dúvidas d'aurora
Durante décadas
Decálogo de dores
Desde a demora
Da dádiva, dos desencontros.

Dante descanse...
Diremos dEle
D'aquele que dorme:
Durante a dor:
Durma, descanse, distância:
Deus!

Bruno R. Ramos

Cravo e Canela


Se eu negar a cor de ser
uma índia bela
Se Ceci vier a ser
também sou canela

O que vem de lá
será um alívio
No chocalho maracá
serei você

Se não é chuva, não é
Nem a folha do mururé
Não é a sombra do açaisal
Nem a casca do Sassafrás

Será a pena de um papagaio
Será a pena que a gente tem

Serás enfim um indio bravo
Serás enfim, o meu querer bem

Ivonefs

terça-feira, 8 de abril de 2008

Atestado de óbito


"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro.
Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você".
(Friedrich Nietzche)



E disseram-me que um dia
numa nuvem de luz
viria a calmaria,

assentar-se nos morros
de onde o mel em ondas,
como se mar fosse,
brotaria.

Me disseram também
perante juízo
que o universo era todo
intrínseco desejo
de amor reunido

E que sonhos
são lentes de aumento
do destino.

Ah! Disseram inverdades
e eu, louca, acreditei

Que a vida é bela,
que dezembros são flores
e que dores não ficam
como marcas do açoite
e da insensatez

E que amanhã será melhor
Porque na tempestade
singram mares,
os pássaros com suas dores,
para alcançarem a paz no sul

Mas a árvore do meu caminho já perdeu as folhas
e rogou a morte às suas raízes.
A partir de hoje,
ganhaste, sina
rendo aos teus caprichos
o meu antigo olhar azul

Não me terás mais como palhaça no espetáculo que assistes

Fartem-se os urubus.

Jessiely


quinta-feira, 3 de abril de 2008

Ainda é tempo



Ainda é tempo de não ferir.
De amar verdadeiramente, aprender a se amar.
Tempo de plantar, renovar, se cuidar e conseguir.
Tempo de determinar o que será.

Escrever futuro em pena leve.
Desta minha'lma carente.
Lírica, carinhosa, entregue.
Muito animada por ser muito quente.

Ainda é tempo de enxergar...
Que as perdas não são só minhas, ouvir o que o coração diz.
Mas de quem não conseguiu me amar.
Também não soube como eu o faria feliz.

Ainda é tempo de levantar...
Da queda, depressão da rejeição,tecer nova teia .
E consigo até me perdoar.
De ser considerada um padrão de beleza feia.


Eu não choro mais minhas perdas, agradeço a experiência.
É tempo de saber aprender a superar.
O que não é profundo não tem consistência.
Nem pode me salvar.

Cleide Regina Ribeiro

Feliz novo ano!

Feliz novo ano!

Nossa mensagem de Natal

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