quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Arte/Pétalas - pequeninos do Dalton

Arte

Meu papel foi natura.
Agora,
eu imprimo cultura.

Dalton Luiz Gandin

Pétalas

Mal me quer,
bem me quer...
Liberdade!


Dalton Luiz Gandin

Nas linhas de suas mãos

Queria poder parar de pensar
Em como seu sorriso é bonito
Ao menos queria sonhar
E parar de mentir sobre o que sinto

Mas a beleza sempre me captura
Tanto pelos meus olhos como meu coração,
Se o amor tivesse uma partitura
Seriam como as linhas de suas mãos

Eu não me sinto mais culpado
Pelo menos não mais por observar,
Meio tímido e envergonhado
O brilho no seu olhar

Queria poder agir calmamente
Quando você chega perto,
Mas quando está em minha frente
Meus braços esperam abertos

Mas a consciência sempre declara
Eu sei que ela carrega a verdade
“Oh coração, esquece a paixão
Usa só sinceridade...”

[Rafael K.S.]

sábado, 23 de outubro de 2010

"C'est la vie"

Há dias em que só a morte parece fazer sentido.
Não que haja um desejo real em desfazer-se do corpo, ou das penas e dos pesos de se estar vivo, mas uma necessidade tão grande e gritante de fechar-se o todo em copas e ser nada mais do que um vulto passado. Deixar-se encerrar sem que as contas sejam feitas, os pesos medidos e as arestas aparadas.
Ser apenas mais um sopro, que cessou num suspiro último de alívio, ou de dor.
Há dias, em que morrer é mera questão de cerrar os olhos pois que a alma já fenece enquanto os dias correm e as noites se deitam sobre o corpo cansado.
Mas quão difícil se faz cerrar os olhos quando o corpo, ainda que abatido, insiste em pulsar.



Monica San

Apocalíptico

O final se aproxima em velocidade,
são signos, sombras e ansiedade
multifacetados em dores de obra feita
nos braços das lembranças imperfeitas.

Os odres de rubra água se esvaziam,
em sede que os homens não saciam,
um novo Graal se ergue no horizonte,
tentando traduzir-se em nova fonte.

A visão aterroriza ao desavisado
que mesmo sem sentir-se culpado,
não arrisca enfrentar a desventura
mas a visão aterradora se apura.

Cavalos alados e damas disformes,
distorcem tudo o que fora uniforme,
cantando loas a novos personagens,
antigos deuses em novas roupagens.

Todo azul é agora carmim viscoso,
o exército sombrio marcha airoso,
o general vermelho quer cantar vitória,
mas não será esse o desfecho da história.

As Sete Grandes Luzes se assomam no nascente,
e com voz retumbante surge o Onipotente.
O brilho então retorna do oriente ao ocidente
e o inimigo antes altivo se acha decadente.

Inutilmente tentam urdir novo assalto,
mas o Onisciente Senhor já lhes sabia o ato,
em um só movimento os coloca no lugar devido,
e partimos à Nova Terra conforme o prometido.

Attilio Filho

Borboletice

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Felicidade de ser feliz

Plena, musical, quase palpável.
Palatável? Diria não usual.
Casual por ser eterna.
Terna por ser simples.

Preenche o mais vago coração.
Concessão, só se lha damos.
Danos? Nenhum causa.
É asa do espírito.

Andando nos faz pisar macio.
Ao fio do dia assobiando.
Cantando, compondo novo som.
Dom? Não enlevo.

Bateu a alegria verdadeira.
Maneira, agradável, bastante real.
Original, pura e individual.
Pessoal e transferível.

Ao sorriso que desperta,
se oferta, sem o menor custo,
sem susto, sem contra-indicação
Condição? Ser feliz.

Atillio Filho

Portador de deficiências

Rosa
faltando uma pétala.
Beleza
murcha no canteiro
do teu olhar.

Inútil rosa.
Fora de todas as floriculturas.
Jogada no chão.
Deserto
do teu amor.

Rosa
sem o consumo do belo,
fora da utilidade,
quer secar o teu capital.
Quer o ócio.
A vida simplesmente.
Brincadeira de Deus...

Rosa feita
desejo,
luz
beleza maior,
quer brincar e ser feliz.
Quer fazer nada.
Amar!

Perfume de rosa,
que embriaga
todo “uni-verso”
da poesia,
quer ser o hálito
do teu amor.
Portador de deficiências!

Dalton Luiz Gandin

segunda-feira, 26 de julho de 2010

1º FESTIVAL DE OUTONO NO CAFÉ DAS LETRAS - RESULTADO FINAL

1º LUGAR : Desconheço o outono (poema)
AUTOR: Suzan Keila

2º LUGAR : No outono da nossa vida - você chegou (narrativa)
AUTOR: Maria Eugênia

3º LUGAR : Outono (narrativa)
AUTOR: Margarida Rosas

4º LUGAR : Lágrimas de outono (poema)
AUTOR: Telma Moreira

JURADOS :
Basilina Pereira
Emerson Sbardelotti Tavares
Manoel Hélio

Obrigada a todos que participaram e parabéns aos vencedores.
Até o próximo Festival!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

sábado, 12 de junho de 2010

Insensatez

Silenciosa e breve
Caminho por entre ondas,
A areia cálida pelos rastros ainda vermelhos
Deste sol ardente.

Loira, linda
Sou devorada por olhos
E tantas noites insanas
Perturbam meus pelos,
Meus nervos...

Derramo meu corpo
E me entrego ao gozo
Porque sei que o amor é breve
É folha ao vento
Que sopra e seca
Minhas roupas, penduradas,
No varal do tempo!

*****************************************Margarida Rosas

Para além

Voar
para além da imaginação.
Cantar
para além dos acordes inspirados.
Sonhar
para além do horizonte visível.
Amar
para além do tempo e da razão.
Viver
para além dos mundos conhecidos.

Voar
Cantar
Sonhar
Amar
Viver

Será pedir
além das possibilidades humanas?
Será exigir
além do que nos pode ser concedido?

Não encontro respostas
além do que meus olhos podem enxergar.
Só derramo lágrimas
As quais não consigo enxugar.

Maria Eugenia

1º FESTIVAL DE OUTONO NO CAFÉ DAS LETRAS



 
Está encerrado o PRIMEIRO FESTIVAL DE OUTONO NO CAFÉ DAS LETRAS.
Agradeço a todos que participaram e desde já parabenizo pelas belíssimos obras.
Em breve postarei os nomes dos jurados que estão avaliando os trabalhos, e logo depois o resultado final, aguardem.

Monica San

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A resina

Acordo.
Hoje o dia é meu
e eu sou o senhor absoluto
das horas.
Estranha sensação esta:
de poder dispor do tempo
no ritmo do meu arbítrio.
O barulho da água é sonolento
e também me insinua
que a rede é o princípio
e o fim do universo.
Quantos cantares me acalentam!
envolvem aquele ímpeto borbulhante
que, ao mínimo descuido,
inventa-me alguma obrigação.
Mais uns passos e...a dúvida:
sentirei tédio em minha própria companhia?
E se eu desdobrar aquele manto de surpresas
que guardo para inéditas ocasiões?
Volto ao ponto de partida:
melhor pegar papel e lápis
e deixar fluir a resina que a imaginação fabrica.

Basilina Pereira

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Tsunami

Surfar com o sol
em dia de onda boa;
balangar numa rede
de bem com os pensamentos;
saborear a poesia
colhida nos jardins do viver...
Nada disso deixa a certeza,
pousada nos ombros,
de que tudo pode ser
beijado pela morte
quando a vida chega tsunami.                

Dalton Luiz Gandin

                                                    

Soterrados

No repousar da noite
É que me ponho a navegar
Navego pela natureza deslizante
Que do morro meu teto veio a soterrar

Queria que fosse um pesadelo
Do qual eu pudesse acordar
Mas acordado e trancado estou
Sem saber se irão me encontrar

Embaixo dos escombros
Sozinho soluço baixinho
E bem alto me ponho a orar

Que meus filhos estejam vivos
Que a natureza pare de se vingar
E que os “coveiros” consigam me desenterrar

Raquel Ap. Fadel

sexta-feira, 16 de abril de 2010

PRÊMIO PARTICIPAÇÃO - RESULTADO FINAL

Realizamos nos meses de feveiro e março, no Café das letras, o PRÊMIO PARTICIPAÇÃO. Um prêmio de incentivo à participação dos sócios no blog do Café, no blog A Página da Vida, nosso parceiro, e no fórum da comunidade.
Clique AQUI, e confira o resultado final.

domingo, 11 de abril de 2010

Eira, Beira e Tribeira

Minha casa,
minha cara.

Sou pobre de eira.
Minha casa é sem beira.

Meu palácio,
herdei de nobres.

Sou rico de eira, beira e tribeira.

São as minhas maiores posses.

E cabe a alguém explicar,
quiçá um entendedor.

O que percorre as entrelinhas?

Que entranha-se sorrateiramente
no cimento?

E ninguém vê?

Eis a Eira da sabedoria;

A Beira do desassossego;

E a Tribeira da alma.

Essa, última,
é do rico, é do pobre.

É nobreza de espírito,
não há como herdar.

Suzan Keila

domingo, 21 de março de 2010

Fragata de vidro

Minha vida tem sido espalhada
sobre a relva onde muitos pisaram,
nunca sei quando deixo pegadas
e confesso: meus rastros são raros.

Mas se o barco que levo é de vidro
e temente aos arroubos do mar
mesmo assim entre as ondas oscilo
e é de pé que espero aportar.

No convés trago sempre o roteiro
do tamanho da minha vontade
de vestir-me com versos faceiros
pra sonhar com este azul que me invade.

Basilina Pereira

Você

Eu queria falar de flores
mas você apareceu
com um perfume
sem igual.
Queria falar de vida,
você me trouxe
tudo que ela oferece de lindo,
além do normal.

Queria viver,
você veio e me ensinou
me mostrou como a vida é
com um jeito meigo
esse apego esse não faz mal!

Queria dizer te amo,
não precisou
você viu em meus gestos,
leu em meus olhos,
escutou meu coração,
entendeu a razão
e me amou.


Mariano P. Sousa

quinta-feira, 4 de março de 2010

O Café das letras é "Beautiful blogger"

Recebemos do blog "Simplicidade" de Arthur Souto Mayor, um poetinha de alma iluminada e por quem tenho um enorme carinho, a primeira indicação deste blog.
Agradeço de coração o carinho deste menino-poeta!
E, seguindo a rotina do Award Beautiful blogger, o dono do blog deve fazer uma lista de 7 coisas interessntes sobre si, e indicar 7 Beautiful bloggers. Como o blog é de publicações coletivas, e somos muitos escritores, acredito que o mais certo seja fazer uma lista de 7 coisas interessantes sobre o Café das letras, que é na verdade o "dono" do blog.
Vou tentar então:

7 coisas interessantes sobre o Café das letras:
(se alguém discordar, cale-se agora ou fale para sempre) hehe

1- Aqui, partimos do princípio de que somos todos amadores. Toda forma de expressão é respeitada, desde que não agrida ou desrespeite ao outro;
2- Valorizamos a amizade como um dos mais belos sentimentos do homem;
3- Procuramos criticar sempre na intenção de ajudar e não diminuir o valor do trabalho alheio;
4- Buscamos na humildade uma forma de aprender mais;
5- Respeitamos as diferenças;
6- Procuramos manter um clima ameno, de amizade, companheirismo e acima de tudo, respeito;
7- Não nos julgamos "os melhores", mas buscamos nos tornar melhores, a cada dia.

7 "bonitos" da vez:

(nada mais justo do que indicar escritores que fazem parte desta família)

1- Amores e paixões - Mariano P. Sousa

2- Conversando baixinho - Margarida Rosas

3- Alma Serena - Lena Ferreira

4- Curso das letras - Joseph Dalmo

5- Cantinho da Marô - Maria Eugênia

6 - Poesias/Basilina - Basilina Pereira

7- Ventantes - Célia R. Domingos

Seguindo a rotina, os indicados colocam o
Award Beautiful blogger em seus blogs, falando sobre o prêmio e fazendo as indicações, como fizemos aqui.
Mais uma vez, agradeço ao poetinha Arthur pela indicação e pelo carinho!

Saudações literárias a todos!


segunda-feira, 1 de março de 2010

Caixinha de música



Sai bonequinha,
De tua caixinha
Pequena bailarina
Baila para tua menina
E, quando a música termina,
Sem aplausos ela finda
Volta à tua caixinha
Pequena bailarina
Sem corda tu não danças.
Cresceu tua menina.

Raquel Ap. Fadel

Âncora

Navegando nos teus mares,
delicio-me nas profundezas
do teu abraço
que como uma âncora
faz-me sentir segura.

Braços que me enlaçam,
protegem-me,
fazendo acalmar
a tempestade bravia
dessa terrível ansiedade
que se instala e me agita.

Ansiedade que, como noite,
insiste em desestabilizar
as minha emoções
tentando lançar o meu barco
à deriva de uma aventura qualquer.

Maria Eugenia

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Presa

Queria que teus olhos fossem menos pontiagudos. Que não me trespassassem assim, como se minha carne não oferecesse resistência alguma ao teu sal e ao vinagre da tua saliva. Dispões das minhas partes como a preparar o teu banquete, mas limita-se a degustar lentamente como se teu apetite ainda estivesse morno.
Ainda sangro.
Enquanto afias teus caninos em outros ossos, de presas já devoradas, por certo mais saborosas ou mais "ao ponto" que eu.
Ainda sangro.
Enquanto me preparas, a fogo lento, para adornar a tua mesa e fazer parte do teu banquete.
Ainda sangro ao sentir o teu apetite e imaginar a força dos teus dentes, mas agora, meu sangue é a lava que escorre do teu vulcão em chamas, quando me chamas para saciar a tua fome.
Entre teus dentes encontro meu ponto.
E meu sangue escorre, quente, pelos cantos da tua boca.

Monica San

Sua Poesia

Tantos tempos de olhos fechados
Tantos que esqueci seu rosto,
Rosto que me manteve acordado,
Quando eu esqueci seu gosto

Eu destilei seu cheiro
Sobre todo meu corpo
Me rendi a meios sarcásticos

Passei tanto tempo
Sendo chamado de anjo da alvorada
Que esqueci meu próprio
Significado, Eu não sou nada

Mantive-me acordado no escuro
Para recuperar suas lembranças
Dominando desejos soturnos
Como quem sufoca uma esperança

Quebrei correntes com os dentes
Limei espadas cegas com os pulsos
Esfaqueei todos os presentes
Com meus versos moribundos

Sufoquei rosas a procurar a essência
Desse seu olhar tão puro
Decifrei poemas sobre ausência
E não te achei... Eu juro

Procurando na escuridão minha estrela
Procurando tua voz que me guiava,
Beija-me, relembre-me que esse coração erra,
Oh meu anjo envolve-me em tuas asas!

Rafael K.S.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O tempo da flor


A ave pousou.
Não houve surpresa no ninho
e o calor que rege a vida
foi além de um simples mormaço.
O mar encrespado bateu no penhasco
e as labaredas camufladas entre as fendas da alma
soltaram fagulhas
e respiraram vida própria.
Mas até o fogo faz-se cinzas
e o pó se espalha no vento
para um dia ser história,
na quietude das lembranças.
É a verdade que mais uma vez profetiza:
há um tempo para cada flor.

Basilina Pereira

A força

Deixe que o universo busque,
trazendo em dobro
o que você emitiu.
Receba, com fé e alegria,
não se assuste,
pois você pediu


A atração, força poderosa,
em qualquer lugar
no que você vê.
Desde a fruta mais gostosa,
até a palavra que quer dizer.

Controle seus pensamentos,
mantenha sempre,
os positivos.
Pois o retorno,
em qualquer momento
chegará,
sem prévio aviso.

Atualize sua freqüência,
só em coisas boas,
despreze as ruins.
Se você sintonizar falência,
não terá progresso,
o universo é assim.

Quando você
quer de verdade,
pessoas e coisas,
movimentam-se e agem.
Buscando sua vontade,
Satisfazendo
sua mensagem.

Não pense no que não almeja,
foque apenas
o seu querer.
Um amor que você espera
vai te abraçar
e te pertencer.

Mariano P. Sousa

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

União pela literatura

Na tentativa de criar espaço para divulgação de escritores, anônimos ou não,que utilizam a internet como ferramenta para dar maior visibilidade ao seu trabalho, a comunidade Café das letras e o blog A Página da Vida resolveram unir suas forças.

Se você escreve ou é um ávido leitor, venha participar da comunidade e do blog deixando seu comentário ou nos brindando com seus trabalhos.
Contamos com a sua participação!

Sidinei Ribeiro - Blog A Página da Vida
Monica San - Comunidade Café das letras

Clique no banner para participar:





(Peça sua participação na comunidade, e saiba como concorrer a um kit literário.)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA: ANGELA CHAGAS









Angela Chagas, segundo lugar no PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA NO CAFÉ DAS LETRAS, realizado em setembro de 2009.
Abaixo, você conhece um pouco mais da escritora.











1. Quem é Angela Chagas?


Eu sou Angela Maria Chagas Araújo, funcionária publica aposentada, carioca e há 16 anos moradora de Niterói-RJ "Cidade Sorriso”. Reconhecida como a melhor em qualidade de vida.

Sou separada, tenho um casal de filhos que amo, e um cachorrinho lindo que foi me conquistando aos pouquinhos o “danadinho”...!

Estou em constante busca de aprendizado, com a natureza, com os filhos, com os amigos e principalmente com os livros e por isso, quando posso, leio sobre muitas coisas, inclusive sobre religiões.


2. Quando e como começou a carreira de escritora?


Desde pequena sempre gostei de escrever, sobre tudo o que sentia, mas por incrível que pareça a primeira poesia foi há quinze anos, quando o meu irmão caçula passava por sérios problemas de saúde.

E pela internet o contato com a escrita foi em 2006, quando comecei a participar de algumas comunidades.


3. Quais foram suas influências no início? E hoje, quem te influencia?


Tenho uma profunda admiração pelos poetas:

Clarice Lispector, Cecília Meireles, Cora Coralina, Flor Bela Espanca, Murilo Mendes, Oswald de Andrade, Cruz e Sousa entre outros. Mas sou apaixonada pelas obras de Fernando Pessoa, que me influencia até hoje.

Costumo dizer uma frase:

Quando a vida me trouxe a aflição, ressuscitou em mim a poesia

Retirando-me a agonia, alegrando o meu coração.


4. Como você vê a literatura da internet?


Vejo como uma ação de formação que procura atrelar o universo da literatura com o das novas tecnologias, com o objetivo de divulgar o que na Internet estão guardadas em bibliotecas virtuais, grandes obras-primas da literatura.

A internet queira ou não, é uma realidade para a literatura, sobretudo a fértil literatura que vem surgindo do teclado de novos escritores, muitos dos quais talentosos e com bom domínio da escrita e que, por varias razões não se aventuram pelo mercado editorial tradicional.


5. Qual o tema mais abordado em seus trabalhos?


Escrevo sobre vários temas, não há um tema principal no qual eu me dedique.

Depende do momento em que eu escrevo, do lugar e também de como estou me

sentindo.


6. O que está lendo no momento?


Clarice Lispector – Água Viva- li há um mês atrás.


7. Uma leitura que você recomenda.


Eu recomendo Clarice Lispector – a meu ver a escrita de Clarice, situa-se numa confluência de paradigmas, ou seja, por sua perspectiva estilista pessoal cria-se um entrelaçamento entre a realidade e a realidade adivinhada.

Clarice produz uma poética que lhe é própria em seus escritos. E em Água Viva percebe-se um denso e lindo poema em prosa.


8. Tem trabalhos publicados? Quais são eles?


Sim tenho algumas poesias... São elas:

1. Um Novo Clarão

2. Soneto Para Dorival

3. Oceano De prazer

4. Mãos

5. Poesia À Flor Da Pele


9. Fale sobre o seu processo de criação, como ele acontece? Quais seus projetos para o futuro?


A poesia em mim às vezes me surpreende, pois nem sempre ela nasce em lugares muito propícios. No inicio eu ficava meio perdida, mas hoje procuro andar prevenida, carrego sempre papel e caneta onde quer que eu vá e me coloco a sua disposição.

Quando era bem menina, quase não falava, mesmo que algo me incomodasse muito não colocava pra fora, engolia tudo inclusive as alegrias... Sempre gostei muito de ler e escrever, às vezes eu fazia um resumo das leituras que fazia e isso era um jeito de conversar comigo mesma, então comecei a escrever também tudo o que sentia e daí foi nascendo as minhas poesias. Houve um período em que parei de escrever, pois comecei a trabalhar muito cedo aos 12 anos e já não sobrava mais tempo para as leituras e também para as poesias. Mas a vida às vezes nos reserva muitas surpresas não é mesmo? E quando um dos meus irmãos passava por um momento muito depressivo, escrevi uma poesia intitulada “Sinfonia da Natureza” e lhe dei de presente.

Em relação a minha criação, devo dizer que ela chega às vezes de repente, conversando com alguém, ouvindo uma música, uma frase, um olhar, um sorriso recebido, apreciando o sol, a chuva, o vento, o luar, o mar... Enfim, a natureza com certeza me seduz, às vezes estou no ônibus, na barca, depende muito, às vezes ela surge apenas observando uma pessoa como um sopro, com dores e também alegrias.

Tenho muitos projetos em mente e um deles é escrever um livro solo, mas isso é para o futuro, deixemos acontecer... Por enquanto continuo participando das comunidades na Internet.


10. Um Sonho


Ver meus filhos bem encaminhados na vida, acreditando que sonhar vale à pena,

mas saber arriscar e ter responsabilidade no objetivo escolhido é o melhor processo da vida.


11. Uma realização alcançada


Tenho várias:

Uma família abençoada graças a Deus, amigos sinceros no virtual que se tornaram reais e a minha primeira participação em uma antologia em 2009.


12. Um arrependimento


Nenhum, mesmo porque sou humana e passível de erro mesmo quando quero acertar.


13. Você acha que o escritor é valorizado no Brasil? Por quê?


Bem, penso que a valorização vai depende de como o escritor é conhecido, e da importância de suas obras, ou seja, de que maneira ele colabora com a cultura brasileira, e de como está sendo entendido por seus leitores.


14. Atualmente, quais os entraves para publicação de um trabalho literário?


Acredito que o entrave principal para a publicação de um trabalho literário é o financeiro, tendo em vista que um escritor iniciante tem que custear a sua própria edição e ir à luta para divulgar o seu trabalho.


15. Considera seu trabalho pronto, ou ainda falta alguma coisa? O que?


Nossa, falta muita coisa ainda... Estou só começando, aprendendo com os grandes poetas, lendo, estudando com os grandes mestres... O que falta? Ah... Melhorar sempre!


16. Para você, qual a importância de ter participado do nosso festival, e sobre tudo ter sido uma das vencedoras?


Ter participado deste festival foi uma grande honra, pois tenho muito apreço por essa comunidade e pela pessoa que organizou esse evento. E ser uma das vencedoras foi uma enorme surpresa, já que tive a satisfação em compartilhar com poetas maravilhosos pelos quais tenho uma grande admiração.


17. Se te fosse dada a tarefa de escrever um livro, que seria distribuído em todas as escolas e universidades do mundo, para todos os alunos, com a intenção de ensinar às crianças e aos jovens o cantinho da felicidade, que tema você escolheria? Qual seria a mensagem central do seu livro?


A minha mensagem seria sobre a auto-aceitação e aceitação do outro, pois somos pessoas com idéias diferentes.


Niterói, 07 de fevereiro de 2010.

Angela Chagas



Agradeço à escritora pela delicadeza em nos proporcionar conhecer um pouco mais de si e de seu trabalho. Um grande abraço, e sucesso!

Monica San
Organizadora do blog Café das letras



sábado, 6 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA: BASILINA PEREIRA





Basilina Pereira
foi a vencedora do PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA NO CAFÉ DAS LETRAS, realizado em setembro de 2009.
Abaixo, você conhece um pouco mais da escritora.







Quem é Basilina Pereira?

É uma virginiana muito exigente, mas “negociável”. Gosto de resolver as coisas conversando. Sou professora aposentada, advogada, poeta e escritora, (já me considero como tal) divorciada, tenho 3 filhas e 3 netos, que estão em primeiro lugar na minha vida. Depois vêm os amigos a poesia, as orquídeas, minha casa, etc....


Quando e como começou a carreira de escritora?

No segundo semestre de 2006, quando me aposentei do Magistério. Sempre gostei de escrever, mas usava esta habilidade no trabalho.


Quais foram suas influências no início? E hoje, quem te influencia?

Sempre gostei muito de ler e acho que muita gente me influenciou, eu não saberia dizer quem me influenciou mais, porque não é um processo consciente, acho até que ele oscila, dependendo do que a gente está lendo no momento. No momento, tento me adaptar às tendências mais modernas, pois tenho uma queda quase irremediável para os versos rimados.


Como você vê a literatura na internet?

Acho que a internet é um milagre da tecnologia e é um espaço democrático que abriga a todos. Há muitos bons poetas e escritores que estão aproveitando e divulgando seus trabalhos na internet e também outros que, ainda, não podem ser assim considerados, mas aqui é o espaço que deve ser usufruído por todos, por seu alcance e rapidez, o que muito nos beneficia.


Qual o tema mais abordado em seus trabalhos?

Acho que os sentimentos, os mais variados possíveis. Procuro escrever sobre o que estou sentindo no momento, também sobre o que observo, sobre o que leio e, vez ou outra, alguma ideia inusitada baixa em mim e escrevo sobre ela também.


O que está lendo no momento?

Estou lendo os poetas portugueses contemporâneos, porque me disseram que o meu estilo se parece com o deles, o que é uma grande coincidência, porque eu, sinceramente, não os conhecia até então. São eles: Manuel Alegre, Gastão Cruz, Maria Teresa Horta, Rui Pires Cabral, Vasco Gato e Maria do Rosário Pedreira.


Uma leitura que você recomenda.

Todos os clássicos. Depois os modernos e depois os atuais, na medida do possível. Eu tenho minhas preferências, é claro, (Clarice Lispector, Machado de Assis e Drummond), mas todos são bons e nos acrescentam alguma coisa, com certeza.


Tem trabalhos publicados? Quais são eles?

Sim, já participei de várias antologias (umas 10) e em 2009 publiquei meu primeiro livro solo: QUASE POESIA, pela LGE editora, que já está na segunda edição (a primeira esgotou e 3 meses) e meus segundo livro: JANELAS já está na editora (LGE editora) e deve sair no próximo mês (fevereiro).


Fale sobre o seu processo de criação, como ele acontece.

Eu me alimento (intelectualmente) do que leio. E dessas leituras vão surgindo as ideias, as lembranças, às vezes é engraçado: uma palavra ou um fato qualquer, desencadeia uma série de outros pensamentos que vão se juntando até eu sentir que é hora de colocar no papel aquilo está me cutucando e só vai parar quando eu escrever. Aí escrevo. Deixo ali até o dia seguinte, quando volto e dou uma olhada final. Quase sempre mudo pouca coisa, mas pertenço à corrente que acredita que nenhuma obra de arte sobrevive sem o conhecimento da técnica.


Quais seus projetos para o futuro?

Continuar escrevendo e publicando meus livros e também usando e abusando da internet, que é algo indispensável para o escritor/poeta.


Um sonho

Que meus netos um dia sintam orgulho de mim pela pessoa positiva e construtiva que eu tenha sido.


Uma realização alcançada

Tenho muitas: minha família que eu construí com êxito, meus netos que estou vendo crescer, o respeito de que desfruto como profissional, pessoa, mãe, amiga leal.... meu livro publicado, o reconhecimento das pessoas que me lêem, as mensagens de carinho que recebo todos os dias pela internet ,etc...


Um arrependimento

Nenhum: até porque não adianta se arrepender, se não puder consertar o objeto do arrependimento. Acho que fiz o melhor que pude, dentro das condições de que eu dispunha no momento. Poderia ter sido melhor? Provavelmente, mas sou humana e, como tal, portadora de defeitos e fragilidades.


Você acha que o escritor é valorizado no Brasil? Por que?

Acho que o escritor, em todo o mundo, tem que tirar leite de pedra. No Brasil então...onde pouca gente cultiva o hábito da leitura, pelas características de país em desenvolvimento, escolas sucateadas professores desmotivados, a situação é pior ainda, mas cabe a nós fazer a nossa parte e um bom começo é usar a internet para levar o nosso recado até onde ele puder chegar.


Atualmente, quais os entraves para a publicação de um trabalho literário?

Acho que começa pela falta de patrocínio. As editoras encampam aquilo que tem retorno financeiro garantido. Logo, para o escritor ou poeta iniciante, a dificuldade é maior ainda, porque nem todos têm condições de arcar com os custos da edição. Mas já tem gente indo à luta, editando e saindo à rua para vender seus próprios livros. Acho que temos que abrir caminho, seja lá como for.


Considera seu trabalho pronto, ou ainda falta alguma coisa? O que?

Claro que não. Lembra da virginiana exigente? Pois é, sou exigente comigo também. Sinto que estou melhorando, amadurecendo poeticamente, pois cada livro eu acho melhor que o anterior, mas sou daquelas que vou procurar aprimorar sempre. A todo tempo, vou achar que ainda posso melhorar. O que falta? O próximo passo.


Para você, qual a importância de ter participado do nosso festival, e sobre tudo, ter vencido?

Gostei muito de ter participado deste certame e adoro esta Comunidade por sua seriedade e pelo cuidado que sua dona e moderação têm com tudo que ali acontece. O fato de ter vencido muito me honra, porque conheço os demais participantes e são poetas de excelente qualidade, a quem admiro e respeito.


Se te fosse dada a tarefa de escrever um livro, que seria distribuído em todas as escolas e universidades do mundo, para todos os alunos, com a intenção de ensinar às crianças e aos jovens o caminho da felicidade, que tema você escolheria? Qual seria a mensagem central do seu livro?

Com certeza seria o respeito às diversidades e como conviver com elas.

Basilina Divina Pereira



Agradeço à escritora pela delicadeza em nos proporcionar conhecer um pouco mais de si e de seu trabalho. Um grande abraço, e sucesso!

Monica San
Organizadora do blog Café das letras




Feliz novo ano!

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Nossa mensagem de Natal

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