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O coração dóiDa tua ausênciaQuisera entender da loucuraQue te despe em essênciaNas palavras que te revelamMe provocamMe fazem arder...Se consultada fosseTe saberEu negaria até à fogueiraPois é desigual viver a dimensão do poéticoNa ponta da tua pena traiçoeiraImortalizando-te em versosE eu mortalFadada a te ler...A buscar-te nos escritos que por toda parteEspalhas...Será essa a representação da saudade?Essa distância do mundo paralelo em que habitas?Por que tens poder de visitar-me quando queres?Invades minha almaFeito mar que se agita e nem percebesA aparente calma...Entre esferas transitasAnunciando minha paz e tumulto...E a saudade grita!
Maris
Poetas nascemPoetas crescemUns desabrochamOutros amadurecemPoetas dormemPoetas hibernamPoetas desaparecemE não deixam vestígiosUns retraem-seOutros abrem asas e crescem
Poetas sonhamPoetas despertamPoetas olham-se no espelhoUns buscam a santidadeOutros confessam que pecamPoetas sofrem as dores do mundoUns revoltam-seOutros se rendemTodos querem ser compreendidosPoetas compreendemPoetas são comedidosPoetas são escancaradosUns sabem o que sentemOutros estão desamparadosHá os poetas só de um diaHá os poetas ilimitadosMas a poesia...Ah, caros poetas,A poesia,Esta sobrevive.(Fiz esta poesia para os amigos do Sarau da Comunidade do Chico Buarque, mascomo fala de poetas em geral, os amigos do Café das Letras também vão seencontrar nela de alguma maneira. )"Dever do poeta é cantar com seu povo e dar ao homem o que é do homem: sonho e amor, luz e noite, razão e desvario." Pablo Neruda (in Las Piedras de Chile)Helenice
Desabo

Dia de faxina no céu...água que desaba!móveis sendo arrastados, trovejandotem gorjeios de alegria, banho do diatem dança de verdes, ao som dessa melodiaTem eu aqui, presa pela dicotomia da vidaLivre sem o ser, presa sem amarraso cheiro no ar me chama a ser, atrevidaa vida reta me breca e me faz contidaAssentada sobre meus pensamentossinto-me de braços abertos ao ventosendo banhada pela chuva abençoadarenovando em mim nobres sentimentosO amor à vida, aos seus intentoso respeito ao tempo, imponente, implacávela compreensão do sofrimento, essa dor palpávelo valor do amor, santo remédio curadorRendo-me às corredeiras, verto cristais de salimito a chuva , e desabo, torrencial!
Moniquinha
De ferramenta em punho (o sentimento) e matéria-prima na mão (a palavra), o artesão ( poeta) molda sua obra-prima (a poesia).
Desafiados, nossos poetas criam, numa gostosa brincadeira e um exercício coletivo de criação um alfabeto diferente (ainda em construção) : o ALFABETO POÉTICO.
Moldar as palavras através dos sentimentos, e criar vida! É assim que o poeta é!
Silêncio atroz,alma calada.O que poderia ser,não foi nada.Choro calado,vestígios de um coração.Um céu nubladosobre uma falsa solidão.A recusa do amor,obedecendo a dor.Assim funcionaa máquina sem jeito,que bate aqui no peito ealguns chamam coração.Suzan Keila