Este blog é o resultado do trabalho desenvolvido na comunidade Café das letras, uma reunião de pensadores e escrevinhadores que buscam o aprimoramento da arte de expressar-se através das palavras, em verso e prosa.
Queria que teus olhos fossem menos pontiagudos. Que não me trespassassem assim, como se minha carne não oferecesse resistência alguma ao teu sal e ao vinagre da tua saliva. Dispões das minhas partes como a preparar o teu banquete, mas limita-se a degustar lentamente como se teu apetite ainda estivesse morno. Ainda sangro. Enquanto afias teus caninos em outros ossos, de presas já devoradas, por certo mais saborosas ou mais "ao ponto" que eu. Ainda sangro. Enquanto me preparas, a fogo lento, para adornar a tua mesa e fazer parte do teu banquete. Ainda sangro ao sentir o teu apetite e imaginar a força dos teus dentes, mas agora, meu sangue é a lava que escorre do teu vulcão em chamas, quando me chamas para saciar a tua fome. Entre teus dentes encontro meu ponto. E meu sangue escorre, quente, pelos cantos da tua boca.
Tantos tempos de olhos fechados Tantos que esqueci seu rosto, Rosto que me manteve acordado, Quando eu esqueci seu gosto
Eu destilei seu cheiro Sobre todo meu corpo Me rendi a meios sarcásticos
Passei tanto tempo Sendo chamado de anjo da alvorada Que esqueci meu próprio Significado, Eu não sou nada
Mantive-me acordado no escuro Para recuperar suas lembranças Dominando desejos soturnos Como quem sufoca uma esperança
Quebrei correntes com os dentes Limei espadas cegas com os pulsos Esfaqueei todos os presentes Com meus versos moribundos
Sufoquei rosas a procurar a essência Desse seu olhar tão puro Decifrei poemas sobre ausência E não te achei... Eu juro
Procurando na escuridão minha estrela Procurando tua voz que me guiava, Beija-me, relembre-me que esse coração erra, Oh meu anjo envolve-me em tuas asas!
A ave pousou. Não houve surpresa no ninho e o calor que rege a vida foi além de um simples mormaço. O mar encrespado bateu no penhasco e as labaredas camufladas entre as fendas da alma soltaram fagulhas e respiraram vida própria. Mas até o fogo faz-se cinzas e o pó se espalha no vento para um dia ser história, na quietude das lembranças. É a verdade que mais uma vez profetiza: há um tempo para cada flor.
Na tentativa de criar espaço para divulgação de escritores, anônimos ou não,que utilizam a internet como ferramenta para dar maior visibilidade ao seu trabalho, a comunidade Café das letras e o blog A Página da Vida resolveram unir suas forças.
Se você escreve ou é um ávido leitor, venha participar da comunidade e do blog deixando seu comentário ou nos brindando com seus trabalhos. Contamos com a sua participação!
Sidinei Ribeiro - Blog A Página da Vida Monica San - Comunidade Café das letras
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Angela Chagas, segundo lugar no PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA NO CAFÉ DAS LETRAS, realizado em setembro de 2009.
Abaixo, você conhece um pouco mais da escritora.
1.Quem é Angela Chagas?
Eu sou Angela Maria Chagas Araújo, funcionária publica aposentada, carioca e há 16 anos moradora de Niterói-RJ "Cidade Sorriso”. Reconhecida como a melhor em qualidade de vida.
Sou separada, tenho um casal de filhos que amo, e um cachorrinho lindo que foi me conquistando aos pouquinhos o “danadinho”...!
Estou em constante busca de aprendizado, com a natureza, com os filhos, com os amigos e principalmente com os livros e por isso, quando posso, leio sobre muitas coisas, inclusive sobre religiões.
2. Quando e como começou a carreira de escritora?
Desde pequena sempre gostei de escrever, sobre tudo o que sentia, mas por incrível que pareça a primeira poesia foi há quinze anos, quando o meu irmão caçula passava por sérios problemas de saúde.
E pela internet o contato com a escrita foi em 2006, quando comecei a participar de algumas comunidades.
3. Quais foram suas influências no início?E hoje, quem te influencia?
Tenho uma profunda admiração pelos poetas:
Clarice Lispector, Cecília Meireles, Cora Coralina, Flor Bela Espanca, Murilo Mendes, Oswald de Andrade, Cruz e Sousa entre outros. Mas sou apaixonada pelas obras de Fernando Pessoa, que me influencia até hoje.
Costumo dizer uma frase:
Quando a vida me trouxe a aflição, ressuscitou em mim a poesia
Retirando-me a agonia, alegrando o meu coração.
4. Como você vê a literatura da internet?
Vejo como uma ação de formação que procura atrelar o universo da literatura com o das novas tecnologias, com o objetivo de divulgar o que na Internet estão guardadas em bibliotecas virtuais, grandes obras-primas da literatura.
A internet queira ou não, é uma realidade para a literatura, sobretudo a fértil literatura que vem surgindo do teclado de novos escritores, muitos dos quais talentosos e com bom domínio da escrita e que, por varias razões não se aventuram pelo mercado editorial tradicional.
5.Qual o tema mais abordado em seus trabalhos?
Escrevo sobre vários temas, não há um tema principal no qual eu me dedique.
Depende do momento em que eu escrevo, do lugar e também de como estou me
sentindo.
6.O que está lendo no momento?
Clarice Lispector – Água Viva- li há um mês atrás.
7. Uma leitura que você recomenda.
Eu recomendo Clarice Lispector – a meu ver a escrita de Clarice, situa-se numa confluência de paradigmas, ou seja, por sua perspectiva estilista pessoal cria-se um entrelaçamento entre a realidade e a realidade adivinhada.
Clarice produz uma poética que lhe é própria em seus escritos. E em Água Viva percebe-se um denso e lindo poema em prosa.
8. Tem trabalhos publicados?Quais são eles?
Sim tenho algumas poesias... São elas:
1. Um Novo Clarão
2. Soneto Para Dorival
3. Oceano De prazer
4. Mãos
5. Poesia À Flor Da Pele
9. Fale sobre o seu processo de criação, como ele acontece? Quais seus projetos para o futuro?
A poesia em mim às vezes me surpreende, pois nem sempre ela nasce em lugares muito propícios.No inicio eu ficava meio perdida, mas hoje procuro andar prevenida, carrego sempre papel e caneta onde quer que eu vá e me coloco a sua disposição.
Quando era bem menina, quase não falava, mesmo que algo me incomodasse muito não colocava pra fora, engolia tudo inclusive as alegrias... Sempre gostei muito de ler eescrever, às vezes eu fazia um resumo das leituras que fazia e isso era um jeito de conversar comigo mesma, então comecei a escrever também tudo o que sentia e daí foi nascendo as minhas poesias.Houve um período em que parei de escrever, pois comecei a trabalhar muito cedo aos 12 anos e já não sobrava mais tempo para as leituras e também para as poesias. Mas a vida às vezes nos reserva muitas surpresas não é mesmo?E quando um dos meus irmãos passava por um momento muito depressivo, escrevi uma poesia intitulada “Sinfonia da Natureza” e lhe dei de presente.
Em relação a minha criação, devo dizer que ela chega às vezes de repente, conversando com alguém, ouvindo uma música, uma frase, um olhar, um sorriso recebido, apreciando o sol, a chuva, o vento, o luar, o mar... Enfim, a natureza com certeza me seduz, às vezes estou no ônibus, na barca, depende muito, às vezes ela surge apenas observando uma pessoa como um sopro, com dores e também alegrias.
Tenho muitos projetos em mente e um deles é escrever um livro solo, mas isso é para o futuro, deixemos acontecer... Por enquanto continuo participando das comunidades na Internet.
10. Um Sonho
Ver meus filhos bem encaminhados na vida, acreditando que sonhar vale à pena,
mas saber arriscar e ter responsabilidade no objetivo escolhido é o melhor processo da vida.
11.Uma realização alcançada
Tenho várias:
Uma família abençoada graças a Deus, amigos sinceros no virtual que se tornaram reais e a minha primeira participação em uma antologia em 2009.
12. Um arrependimento
Nenhum, mesmo porque sou humana e passível de erro mesmo quando quero acertar.
13. Você acha que o escritor é valorizado no Brasil?Por quê?
Bem, penso que a valorização vai depende de como o escritor é conhecido, e da importância de suas obras, ou seja, de que maneira ele colabora com a cultura brasileira, e de como está sendo entendido por seus leitores.
14. Atualmente, quais os entraves para publicação de um trabalho literário?
Acredito que o entrave principal para a publicação de um trabalho literário é o financeiro, tendo em vista que um escritor iniciante tem que custear a sua própria edição e ir à luta para divulgar o seu trabalho.
15. Considera seu trabalho pronto, ou ainda falta alguma coisa?O que?
Nossa, falta muita coisa ainda... Estou só começando, aprendendo com os grandes poetas, lendo, estudando com os grandes mestres... O que falta?Ah... Melhorar sempre!
16. Para você, qual a importância de ter participado do nosso festival, e sobre tudo ter sido uma das vencedoras?
Ter participado deste festival foi uma grande honra, pois tenho muito apreço por essa comunidade e pela pessoa que organizou esse evento. E ser uma das vencedoras foi uma enorme surpresa, já que tive a satisfação em compartilhar com poetas maravilhosos pelos quais tenho uma grande admiração.
17. Se te fosse dada a tarefa de escrever um livro, que seria distribuído em todas as escolas e universidades do mundo, para todos os alunos, com a intenção de ensinar às crianças e aos jovens o cantinho da felicidade, que tema você escolheria? Qual seria a mensagem central do seu livro?
A minha mensagem seria sobre a auto-aceitação e aceitação do outro, pois somos pessoas com idéias diferentes.
Niterói, 07 de fevereiro de 2010.
Angela Chagas
Agradeço à escritora pela delicadeza em nos proporcionar conhecer um pouco mais de si e de seu trabalho. Um grande abraço, e sucesso!
Basilina Pereira foi a vencedora do PRIMEIRO FESTIVAL DE PRIMAVERA NO CAFÉ DAS LETRAS, realizado em setembro de 2009.
Abaixo, você conhece um pouco mais da escritora.
Quem é Basilina Pereira?
É uma virginiana muito exigente, mas “negociável”. Gosto de resolver as coisas conversando. Sou professora aposentada, advogada, poeta e escritora, (já me considero como tal) divorciada, tenho 3 filhas e 3 netos, que estão em primeiro lugar na minha vida. Depois vêm os amigos a poesia, as orquídeas, minha casa, etc....
Quando e como começou a carreira de escritora?
No segundo semestre de 2006, quando me aposentei do Magistério. Sempre gostei de escrever, mas usava esta habilidade no trabalho.
Quais foram suas influências no início? E hoje, quem te influencia?
Sempre gostei muito de ler e acho que muita gente me influenciou, eu não saberia dizer quem me influenciou mais, porque não é um processo consciente, acho até que ele oscila, dependendo do que a gente está lendo no momento. No momento, tento me adaptar às tendências mais modernas, pois tenho uma queda quase irremediável para os versos rimados.
Como você vê a literatura na internet?
Acho que a internet é um milagre da tecnologia e é um espaço democrático que abriga a todos. Há muitos bons poetas e escritores que estão aproveitando e divulgando seus trabalhos na internet e também outros que, ainda, não podem ser assim considerados, mas aqui é o espaço que deve ser usufruído por todos, por seu alcance e rapidez, o que muito nos beneficia.
Qual o tema mais abordado em seus trabalhos?
Acho que os sentimentos, os mais variados possíveis. Procuro escrever sobre o que estou sentindo no momento, também sobre o que observo, sobre o que leio e, vez ou outra, alguma ideia inusitada baixa em mim e escrevo sobre ela também.
O que está lendo no momento?
Estou lendo os poetas portugueses contemporâneos, porque me disseram que o meu estilo se parece com o deles, o que é uma grande coincidência, porque eu, sinceramente, não os conhecia até então. São eles: Manuel Alegre, Gastão Cruz, Maria Teresa Horta, Rui Pires Cabral, Vasco Gato e Maria do Rosário Pedreira.
Uma leitura que você recomenda.
Todos os clássicos. Depois os modernos e depois os atuais, na medida do possível. Eu tenho minhas preferências, é claro, (Clarice Lispector, Machado de Assis e Drummond), mas todos são bons e nos acrescentam alguma coisa, com certeza.
Tem trabalhos publicados? Quais são eles?
Sim, já participei de várias antologias (umas 10) e em 2009 publiquei meu primeiro livro solo: QUASE POESIA, pela LGE editora, que já está na segunda edição (a primeira esgotou e 3 meses) e meus segundo livro: JANELAS já está na editora (LGE editora) e deve sair no próximo mês (fevereiro).
Fale sobre o seu processo de criação, como ele acontece.
Eu me alimento (intelectualmente) do que leio. E dessas leituras vão surgindo as ideias, as lembranças, às vezes é engraçado: uma palavra ou um fato qualquer, desencadeia uma série de outros pensamentos que vão se juntando até eu sentir que é hora de colocar no papel aquilo está me cutucando e só vai parar quando eu escrever. Aí escrevo. Deixo ali até o dia seguinte, quando volto e dou uma olhada final. Quase sempre mudo pouca coisa, mas pertenço à corrente que acredita que nenhuma obra de arte sobrevive sem o conhecimento da técnica.
Quais seus projetos para o futuro?
Continuar escrevendo e publicando meus livros e também usando e abusando da internet, que é algo indispensável para o escritor/poeta.
Um sonho
Que meus netos um dia sintam orgulho de mim pela pessoa positiva e construtiva que eu tenha sido.
Uma realização alcançada
Tenho muitas: minha família que eu construí com êxito, meus netos que estou vendo crescer, o respeito de que desfruto como profissional, pessoa, mãe, amiga leal.... meu livro publicado, o reconhecimento das pessoas que me lêem, as mensagens de carinho que recebo todos os dias pela internet ,etc...
Um arrependimento
Nenhum: até porque não adianta se arrepender, se não puder consertar o objeto do arrependimento. Acho que fiz o melhor que pude, dentro das condições de que eu dispunha no momento. Poderia ter sido melhor? Provavelmente, mas sou humana e, como tal, portadora de defeitos e fragilidades.
Você acha que o escritor é valorizado no Brasil? Por que?
Acho que o escritor, em todo o mundo, tem que tirar leite de pedra. No Brasil então...onde pouca gente cultiva o hábito da leitura, pelas características de país em desenvolvimento, escolas sucateadas professores desmotivados, a situação é pior ainda, mas cabe a nós fazer a nossa parte e um bom começo é usar a internet para levar o nosso recado até onde ele puder chegar.
Atualmente, quais os entraves para a publicação de um trabalho literário?
Acho que começa pela falta de patrocínio. As editoras encampam aquilo que tem retorno financeiro garantido. Logo, para o escritor ou poeta iniciante, a dificuldade é maior ainda, porque nem todos têm condições de arcar com os custos da edição. Mas já tem gente indo à luta, editando e saindo à rua para vender seus próprios livros. Acho que temos que abrir caminho, seja lá como for.
Considera seu trabalho pronto, ou ainda falta alguma coisa? O que?
Claro que não. Lembra da virginiana exigente? Pois é, sou exigente comigo também. Sinto que estou melhorando, amadurecendo poeticamente, pois cada livro eu acho melhor que o anterior, mas sou daquelas que vou procurar aprimorar sempre. A todo tempo, vou achar que ainda posso melhorar. O que falta? O próximo passo.
Para você, qual a importância de ter participado do nosso festival, e sobre tudo, ter vencido?
Gostei muito de ter participado deste certame e adoro esta Comunidade por sua seriedade e pelo cuidado que sua dona e moderação têm com tudo que ali acontece. O fato de ter vencido muito me honra, porque conheço os demais participantes e são poetas de excelente qualidade, a quem admiro e respeito.
Se te fosse dada a tarefa de escrever um livro, que seria distribuído em todas as escolas e universidades do mundo, para todos os alunos, com a intenção de ensinar às crianças e aos jovens o caminho da felicidade, que tema você escolheria? Qual seria a mensagem central do seu livro?
Com certeza seria o respeito às diversidades e como conviver com elas.
Basilina Divina Pereira
Agradeço à escritora pela delicadeza em nos proporcionar conhecer um pouco mais de si e de seu trabalho. Um grande abraço, e sucesso!
Sou alguém que ama as artes de um modo geral e que se arrisca na arte da escrita, passando para o papel tudo o que o coração dita para a mente...
James
Sou uma partícula esquecida. De toda a vastidão um resto de brisa: uma gota que gera vida.
Monica San
Definir um homem em palavras, é reduzí-lo a mero conceito. Existo...e por existir insisto em simplesmente Ser.
Emerson Sbardelotti
Sou palavra sentida e cantada / sou palavra sofrida mas nunca calada / sou poeta do chão / das dores...amores e da sorte.
Solange Mazzeto
Solange Mazzeto, escreve pra distrair a alma [dela] e de quem a lê. Simples assim!
Rosana Lazzar
Sou alguém que acredita no amor sob todas a s formas e imagens. Insisto em acreditar no amor humano!
Letícia Cesario
'Sou mãe, mulher, amiga, profissional e sou sentimento. Tenho-os à flor da pele. Amo escrever. Meus cadernos, meus lápis e as palavras que neles cabem são o meu Divã...'
Helenice Priedols
"Não estou aqui para fazer número, e sim para dar minha palavra."
Angela Chagas
Mulher, mãe, amiga, profissional...Acredito que a vida vale a pena, pois viver é um eterno aprendizado.
Aglaure Correa
Sou ave a voar no céu...Sou estrela...Sou entrelinhas...Sou rabiscos num papel!
Maris Figueiredo
Alguém em obras. Desculpem o incômodo!!!Transformações sempre causam poeira e muito barulho. Em plena arte: (des)construindo, (re)construindo... sempre!
Dorival (Gato)
Sou poeta Sonhador Caipira...Acredito no amor, amo a mulher, amo a flor!
Basilina Pereira
Professora, advogada, poeta, mãe, avó, amiga... sou tantas numa só que, às vezes, transbordo em poesia.
Lucas de Oliveira Gullar
Lucas de Oliveira 'Gullar' (por prepotência), acredita possuir poderes especiais. Entre eles, o da escrita.
Diná Fernandes da Silva
Não sou poeta, apenas escrevo uns rabisco pra desabafo da alma.