sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Minha boca não é lagoa



















Minha boca não é lagoa!

Ao passo que me vem um passo, retrocedo.
Ao passo que me vem o medo, passo.

Toda vez que me vem "segredo", me descubro.
Sempre que me descubro, me acho...
Porém, em veredas nubladas, permaneço.

Ao passo que me chegam "sapos", indefesa, trago.
E na maioria deles, tusso, não posso engolir. Logo, os engasgo.
Toda vez que engasgo, aos sapos todos cuspo, repilo em escarros.
Mas tem sempre "aquele" que se engole a frio, que o comemos, fartos!

Aprendi a ter na língua solta uma faca amolada.
Não admito que meu universo seja um brejo, um nada.

Por mais que eu perca vomitando sapos, já não volto atrás.
Perco, o que me negue a vida...
O tom, a cor, a guarida.
Mas, sapos?
Nem que eu caia morta, que o mundo tranque a porta, não engulo mais!

Rosana Lazzar

2 comentários:

Helenice Priedols disse...

Eu não conhecia esta maravilha da Rosana. Parabéns, RÔ, afiada e direta como sempre. Adorei!

PAZ e LUZ

Marô disse...

Rosana, como sempre muito bom seus textos, com humor e criticidade ao mesmo tempo...Valeu!

Feliz novo ano!

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Nossa mensagem de Natal

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