sábado, 23 de outubro de 2010

"C'est la vie"

Há dias em que só a morte parece fazer sentido.
Não que haja um desejo real em desfazer-se do corpo, ou das penas e dos pesos de se estar vivo, mas uma necessidade tão grande e gritante de fechar-se o todo em copas e ser nada mais do que um vulto passado. Deixar-se encerrar sem que as contas sejam feitas, os pesos medidos e as arestas aparadas.
Ser apenas mais um sopro, que cessou num suspiro último de alívio, ou de dor.
Há dias, em que morrer é mera questão de cerrar os olhos pois que a alma já fenece enquanto os dias correm e as noites se deitam sobre o corpo cansado.
Mas quão difícil se faz cerrar os olhos quando o corpo, ainda que abatido, insiste em pulsar.



Monica San

Apocalíptico

O final se aproxima em velocidade,
são signos, sombras e ansiedade
multifacetados em dores de obra feita
nos braços das lembranças imperfeitas.

Os odres de rubra água se esvaziam,
em sede que os homens não saciam,
um novo Graal se ergue no horizonte,
tentando traduzir-se em nova fonte.

A visão aterroriza ao desavisado
que mesmo sem sentir-se culpado,
não arrisca enfrentar a desventura
mas a visão aterradora se apura.

Cavalos alados e damas disformes,
distorcem tudo o que fora uniforme,
cantando loas a novos personagens,
antigos deuses em novas roupagens.

Todo azul é agora carmim viscoso,
o exército sombrio marcha airoso,
o general vermelho quer cantar vitória,
mas não será esse o desfecho da história.

As Sete Grandes Luzes se assomam no nascente,
e com voz retumbante surge o Onipotente.
O brilho então retorna do oriente ao ocidente
e o inimigo antes altivo se acha decadente.

Inutilmente tentam urdir novo assalto,
mas o Onisciente Senhor já lhes sabia o ato,
em um só movimento os coloca no lugar devido,
e partimos à Nova Terra conforme o prometido.

Attilio Filho

Borboletice

Feliz novo ano!

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Nossa mensagem de Natal

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